Janot pede inquérito sobre
Padilha por crime ambiental
O procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedido de abertura de inquérito
para investigar Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil, por crime ambiental;
empresa Girassol Reflorestamento e Imobiliária, da qual o ministro seria sócio,
é suspeita de ter construído um canal de drenagem no Balneário Dunas Altas, em
Palmares do Sul (RS). Segundo Janot, trata-se de “intervenção irregular”.
Havia, nas proximidades da obra, uma placa informando que o proprietário das
terras era Padilha.
As informações são de reportagem de O Globo.
"Os indícios contra Padilha estavam na 7ª
Vara Federal de Porto Alegre. No ano passado, ele se tornou ministro e, com
isso, adquiriu o direito ao foro especial e os autos foram enviados ao STF em
agosto. O relator era o presidente do tribunal na época, ministro Ricardo
Lewandowski. Agora, com base em elementos mínimos que incriminam Padilha, a PGR
quer que o caso seja transformado em inquérito.
Nesta segunda-feira, a Comissão de Ética da
Presidência (CEP) abriu processo contra Padilha, por ele ter admitido a
nomeação de ministros em troca de votos no Congresso.
'Os elementos já insertos nos autos apontam, de
fato, para a possível ocorrência de crime ambiental', diz Janot no ofício que
pede a abertura do inquérito. O Ministério Público do Rio Grande do Sul
realizou vistoria no local em outubro de 2014 e constatou que foi aberto um
canal perto das dunas, entre a praia e duas lagoas, com extensão de 4,45
quilômetros e largura de cinco metros.
De acordo com o Ministério Público, 'o material
removido para a abertura do valo foi depositado lateralmente a este, sobre os
ambientes naturais, resultado na alteração completa de tais ambientes'. Ainda
de acordo com o relatório, 'foram atingidos ambientes de campos de dunas
móveis, dunas vegetadas, campos arenosos, áreas únicas e banhados'."
De Brasília, Brasil 247, 21/02/2017, às 05h49
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