Padilha e Moreira franco cobraram propina para
irrigar campanha do PMDB
As
delações feitas por Marcelo Odebrecht e outros cinco colaboradores que constam
nos inquéritos abertos pelo ministro Edson Fachin a pedido da
Procuradoria-Geral da República atingem diretamente dois homens fortes do
governo Michel Temer: os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco
(Secretaria-Geral), acusados de cobrar propina para irrigar as campanhas
eleitorais do PMDB.
As informações são de reportagem de Breno Pires, André
Borges e Fabio Serapião no Estado de S.Paulo.
"Os
indícios são de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e corrupção ativa. De
acordo com o Ministério Público Federal, “há fortes elementos que indicam a
prática de crimes graves”, por conta da “solicitação por Eliseu Padilha e
Moreira Franco de recursos ilícitos em nome do PMDB e de Michel Temer, a
pretexto de campanhas eleitorais”.
Além
de Marcelo Odebrecht, o inquérito se baseia nas declarações prestadas pelos
ex-executivos José de Carvalho Filho (ex-funcionário da Diretoria de Relações
Institucionais), Cláudio Melo Filho (Relações Institucionais), Benedito Júnior
(ex-presidente de Infraestura), Hilberto Mascarenhas (ex-chefe do Setor de
Operações Estruturadas) e Paulo Cesena (ex-presidente da Odebrecht Transport).
A
cobrança de propinas envolveu, segundo os delatores, os processos de concessão
dos aeroportos. Moreira Franco era ministro da extinta Secretaria de Aviação
Civil, hoje vinculada ao Ministério dos Transportes.
Em
seu depoimento, o delator Paulo Cesena afirmou que, no lançamento do edital da segunda
rodada de concessões aeroportuárias, a Odebrecht tinha sinalizado interesse na
manutenção de cláusulas que aumentariam suas chances na disputa. Uma reunião
com o Moreira Franco foi realizada para acertar que as cláusulas fossem
mantidas.
Segundo
o Ministério Público, os termos do acordo eram de que Moreira Franco, a
pretexto da campanha eleitoral de 2014, teria solicitado o valor de R$ 4
milhões e que o grupo teria feito o repasse, informação que foi confirmada por
outro delator, Benedicto Barbosa da Silva.
Os delatores afirmaram que o pagamento foi realizado por Paulo Henrique Quaresma ao ministro Eliseu Padilha, que foi indicado por Moreira Franco para receber os recursos. Os documentos apresentados pelo colaboradores incluem planilhas do sistema “Drousys” que apontam pagamento a pessoa de apelido “Primo”, em localidades que correspondem ao escritório de Eliseu Padilha.
Os delatores afirmaram que o pagamento foi realizado por Paulo Henrique Quaresma ao ministro Eliseu Padilha, que foi indicado por Moreira Franco para receber os recursos. Os documentos apresentados pelo colaboradores incluem planilhas do sistema “Drousys” que apontam pagamento a pessoa de apelido “Primo”, em localidades que correspondem ao escritório de Eliseu Padilha.
Outros
repasses foram mencionados pelos delatores. Cláudio Melo Filho detalhou que, no
dia 28 de maio de 2014, um jantar reuniu Marcelo Odebrecht, Eliseu Padilha e
Michel Temer, no Palácio do Jaburu. Nesse encontro, teria sido pedido, a
pretexto da campanha eleitoral de 2014, o repasse de R$ 10 milhões. Marcelo
Odebrecht confirmou o pedido e declarou que R$ 6 milhões seriam destinados a
Paulo Skaf e outros R$ 4 milhões a Eliseu Padilha."
De Brasília, Brasil 247,
12/04/2017, às 04h55
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