"João Santana
desmente Mônica Moura"
José
Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça, negou as acusações de que teria
repassado informações da Lava Jato à presidente deposta Dilma Rousseff.
Cardozo
disse que as afirmações feitas na delação do casal de marqueteiros João Santana
e Mônica Moura não se sustentam e que o o próprio depoimento do publicitário
desmente o da mulher.
Para
o ex-ministro, a versão de Mônica Moura de que Dilma a teria alertado sobre a
prisão porque Cardozo viu um mandado de prisão em cima da mesa é
"grotesca" e "ridícula".
"Ela
(Mônica) diz que recebeu uma mensagem, que essa mensagem não estava clara se
era sobre a prisão, e que depois Dilma pede um telefone seguro, liga para o
João Santana e diz que ele ia ser preso, porque o José Eduardo Cardozo viu o
papel (mandado de prisão) rolando pelas mesas. O ministro da Justiça vai ficar
andando pelas mesas da Polícia Federal procurando mandado? Segundo: mandado de
operação sigilosa largado em cima da mesa? É uma versão grotesca. Que coisa
ridícula. Terceiro: o João Santana desmente ela (Mônica) e diz que ninguém no
governo o avisou.
O PT sempre reclamou do excessivo poder do João Santana no governo", afirmou.
O PT sempre reclamou do excessivo poder do João Santana no governo", afirmou.
O
ex-ministro lembrou que a Odebrecht pagava à dupla por serviços prestados em
vários países.
"João
Santana recebeu R$ 70 milhões declarados por uma campanha eleitoral. É muito
dinheiro para ter esse caixa 2.
A Odebrecht financiava várias coisas para ele, várias campanhas em vários
países. Isso, pelo menos, ele fala. Parece que ele tinha uma conta corrente com
a Odebrecht. Esse dinheiro era necessariamente da campanha da Dilma ou era de
outras situações? Será que se ele falasse que era de outras situações, ele
conseguiria uma delação premiada?", questiona Cardozo.
Cardozo
diz ainda que o maior erro de Dilma foi ter confiado demais no PMDB.
"Ignorávamos
que o Eduardo Cunha tinha uma articulação com os ministros do PMDB e com o
próprio vice-presidente, a ponto de Dilma dar a coordenação política a Michel
Temer. E essa articulação política foi usada para derrubá-la", completa.
Na
avaliação do ex-ministro, Lula é o melhor candidato para a Presidência em 2018.
"Ele
é o melhor candidato, não tem outro na esquerda.
Que
partido teria um candidato hoje que não estaria numa situação correlata? As
acusações que pesam sobre outros presidentes partidários são muito mais graves
que um tríplex."
As informações são de reportagem de
Mariana Sanches e Sérgio Roxo, em O Globo.
Publicado em Brasil 247, em 17/05/2017,
às 06h55
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