Evento chama
a atenção para a importância de brincar na infância
Semana do
Brincar inclui atividades em todo o país (Imagem: Fernando Frazão/Agência
Brasil)
Acesso amplo à tecnologia, falta de segurança
nos espaços públicos ou de tempo na agenda cheia de compromissos. Atualmente,
vários aspectos da rotina dificultam a dedicação das crianças a uma atividade
básica e essencial para o seu desenvolvimento pleno: brincar. “É a única
obrigação da criança. É a linguagem dela, a expressão cultural, a maneira como
ela se relaciona com o mundo e como o descobre”, explica Letícia Zero,
coordenadora da secretaria executiva da organização Aliança pela Infância.
Há 15 anos, a entidade organiza
atividades de incentivo à brincadeira no Brasil. Neste ano, promove a oitava
edição da Semana Mundial do Brincar,
pouco antes do Dia Mundial do Brincar, comemorado em 28 de maio. A programação inclui
palestras, rodas de conversas e mobilizações para as famílias, além de
brincadeira para crianças e adultos. O evento se encerra no domingo (28). Em
2016, cerca de 200 mil pessoas aderiram à proposta em mais de 200 municípios
brasileiros.
Letícia explica por que é importante
ter uma data exclusiva para estimular a brincadeira, atividade tão simples e
natural na infância. “Quanto as crianças de 50 anos atrás brincavam mais do que
as crianças de hoje? Elas tinham mais tempo e espaço para isso. Toda a mudança
do mundo e as tecnologias fazem com que as crianças de agora cresçam rápido
demais. A gente pensa em toda a competitividade e sucesso e por isso quer que
elas aprendam matemática, inglês, natação, e a gente acaba criando uma agenda
cheia de atividades que tomam o cotidiano da criança e ela fica sem o fator que
é mais fundamental para o desenvolvimento dela”, sintetiza.
A contradição entre a busca pelo
desenvolvimento infantil que opõe as atividades dirigidas ao brincar livre
norteou a escolha do tema desta edição: “O brincar que encanta o tempo”.
“Quando uma criança mergulha na brincadeira, ela para o tempo. Os longos
intervalos de tempo para a criança criar, socializar, estar com ela mesma,
imaginar, são muito preciosos. As crianças agora vivem o tempo dos adultos e os
adultos andam muito apressados. É importante lembrar aos adultos que esse tempo
é necessário e que a gente precisa colocar em nossa agenda o tempo para
brincar”, aconselha a professora Mariana Campello, ativista pela infância e
organizadora da Semana do Brincar em Brasília. Na capital, desde o domingo
estão sendo realizadas atividades para pais e filhos.
Para participar do movimento, não é
necessário atuar na área nem ser ligado à nenhum órgão específico. Basta propor as brincadeiras ou
atividades gratuitas e que valorizem a união de pessoas de
diversas idades e culturas. Para inscrever uma atividade, acesse a página do
movimento.
De Brasília, Adriana
Franzin - Repórter da Agência Brasil, 26/05/2017 06h31
Nenhum comentário:
Postar um comentário