Os r$ 2 milhões de Aécio eram propina
em troca da nomeação de um diretor da Vale
O
ex-senador Aécio Neves não roubou apenas a presidência da República, ao liderar
o golpe de 2016; ele também roubou o controle da Vale e prometeu a Joesley
Batista uma diretoria na mineradora, em troca dos R$ 2 milhões que pediu em
propina.
Abaixo, nota de Lauro Jardim:
Na
conversa com Joesley Batista no Hotel Unique, em São Paulo, no dia 24 de
março, Aécio Neves (à esquerda, na foto) lhe ofereceu a
possibilidade de nomear um diretor da Vale. Foi nessa mesma conversa que Aécio
pediu R$ 2 milhões para, supostamente, pagar honorários advocatícios.
Este
trecho da gravação feita por Joesley rebate frontalmente o que Aécio disse
ontem à noite: que sua relação com o dono da JBS era meramente de amizade, sem
envolver nenhum tipo de contrapartida. Ora, embora a Vale seja uma empresa
pública, o tipo de acesso que Aécio vende ali só lhe era possível devido à sua
influência no governo Temer e o devido poder do governo sobre a formação da
diretoria da Vale.
Os
dois começam a falar na Vale quando Joesley, que gravava toda a conversa, diz a
Aécio que gostaria que o novo presidente da empresa fosse Aldemir Bendine,
ex-presidente do Banco do Brasil, da Petrobras e enroladíssimo na Lava-Jato.
Aécio
disse que não poderia fazê-lo, mas tranquiliza Joesley. Contou que ele já havia
indicado o novo presidente da Vale e que o nome de seu candidato seria
conhecido em breve por Joesley.
Revelou,
em seguida, que havia colocado o nome de seu indicado como um dos três da
empresa de headhunters contratada pela Vale para fazer a
escolha. E mais: Joesley poderia escolher qualquer diretoria da empresa para
fazer uma nomeação.
Para
Joesley, Aécio não falou em nomes. Mas quando, três dias depois dessa conversa
gravada por Joesley, Fábio Schvartsman (à direita, na foto)
foi anunciado como o novo presidente da Vale, Aécio disse a vários
interlocutores que o executivo foi indicado por ele.
De Brasília, Brasil 247, em
18/05/2017, às 08h45
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