Polícia
Federal afirma que
Temer cometeu obstrução de justiça
Presidente
Michel Temer – (Foto: Ueslei
Marcelino / REUTERS)
Em relatório enviado nesta segunda-feira ao Supremo Tribunal Federal
(STF), a Polícia Federal afirma que o presidente Michel Temer, o ex-ministro
Geddel Vieira Lima e o empresário Joesley Batista cometeram o crime de
obstrução de justiça.
Relatório da PF conclui que Temer atuou para atrapalhar investigações - Reprodução
De acordo com o documento, Temer "embaraçou a investigação de
infração penal" ao incentivar pagamentos para o deputado cassado Eduardo
Cunha (PMDB) e ao não comunicar às autoridades a suposta corrupção de juízes e
procurador por parte de Joesley. O empresário é acusado de atrapalhar as
investigações ao manter pagamentos a Cunha.
"JOESLEY MENDONCA BATISTA, por embaraçar investigação de infração
penal que envolva organização criminosa, ao manter pagamentos ilegítimos a
EDUARDO COSENTINO DA CUNHA e a LUCIO BOLONHA FUNARO, enquanto presos, a
pretexto de mantê-los em silêncio ou de não se ver envolvido em eventuais
revelações de fatos comprometedores a si próprio e ao grupo empresarial que
comandava", diz um dos trechos.
Geddel é acusado de tentar dissuadir o doleiro Lúcio Funaro de realizar
delação premiada.
"GEDDEL QUADROS VIEIRA LlMA, por ter manifestado interesse junto a
executivos do Grupo J&F na manutenção de pagamentos a LUCIO BOLONHA FUNARO,
como forma dissuasória de eventual colaboração com a Justiça,
"monitorando" junto a familiares de FUNARO o seu ânimo para tal iniciativa".
Na semana passada, em relatório parcial, a PF já havia indicado indícios
de que o presidente havia cometido o crime de corrupção passiva.
O documento foi encaminhado para o procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, que tem até terça-feira para decidir se apresenta denúncia
contra Temer.
No inquérito, Temer e o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures são
investigados por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização
criminosa.
Em parecer ao Supremo, Janot disse não
ter dúvida de que Temer cometeu crime de corrupção passiva, e sugeriu que a
manutenção dele na Presidência contribui à continuidade do cometimento de
crimes.
RIO de Janeiro, por O GLOBO, 26/06/2017
18:57 / atualizado 26/06/2017 19:33
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