Moro diz que condenação de Lula 'não
traz qualquer satisfação pessoal'
O juiz federal Sérgio Moro
destacou na sentença que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a
9,6 anos de prisão no caso do tríplex que o fato "não traz qualquer satisfação
pessoal ao julgador". "Registre-se que a presente condenação não traz
a este julgador qualquer satisfação pessoal, pelo contrário. É de todo
lamentável que um ex-presidente da República seja condenado criminalmente, mas
a causa disso são os crimes por ele praticados e a culpa não é da regular
aplicação da lei. Prevalece, enfim, o ditado "não importa o quão alto você
esteja, a lei ainda está acima de você", destacou Moro em sua decisão.
Lula foi condenado pelos
crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Para Moro, Lula
"recebeu vantagem indevida em decorrência do cargo de presidente da
República, ou seja, de mandatário maior". "A responsabilidade de um
Presidente da República é enorme e, por conseguinte, também a sua culpabilidade
quando pratica crimes. Isso sem olvidar que o crime se insere em um contexto
mais amplo, de um esquema de corrupção sistêmica na Petrobrás e de uma relação
espúria entre ele o Grupo OAS. Agiu, portanto, com culpabilidade extremada, o
que também deve ser valorado negativamente. Tal vetorial também poderia ser
enquadrada como negativa a título de personalidade", destacou o
magistrado.
Segundo o Ministério Público
Federal, Lula teria recebido R$ 3,7 milhões em seu próprio benefício – de um
valor total de R$ 87 milhões – em propinas pagas pela empreiteira OAS, entre os
anos de 2006 e 2012. Os valores estariam ligados às supostas vantagens ilícitas
dadas pela OAS ao ex-presidente por meio do tríplex e do armazenamento do
acervo presidencial, entre 2011 e 2016.
Moro absolveu Lula e o
ex-executivo da OAS José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, 'das imputações
de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo o armazenamento do acervo
presidencial, por falta de prova suficiente da materialidade'.
De Brasília, Brasil 247, em 12/07/2017,
às 15h00
Nenhum comentário:
Postar um comentário