Caos fiscal do golpe pode levar ao
calote da dívida
A dívida pública brasileira já equivale a mais de 80% da renda nacional,
um patamar que destoa entre os principais países emergentes, segundo o Fundo
Monetário Internacional. Na lista das principais economias em desenvolvimento,
só o Brasil apresenta uma trajetória explosiva de endividamento do governo, que
não será interrompida antes de 2022.
O Fundo inclui na dívida títulos do Tesouro Nacional que são negociados
pelo Banco Central para regular a quantidade de dinheiro na economia; o
governo, não.
A dívida pública do Japão passa de 200% do PIB, mas o gasto com juros
não chega a 1%. A despesa brasileira, hoje, beira os 7% do produto. É mais do
que se aplica em educação no país.
A arrecadação, porém, é insuficiente até para cobrir gastos cotidianos
-como pessoal, custeio administrativo e programas sociais- e as obras públicas.
Isso significa que o governo tem deficit primário (sem contar a despesa
financeira).
O governo acaba de elevar para R$ 159 bilhões sua projeção para esse
deficit neste ano (eram R$ 139 bilhões) e no próximo (antes, previa-se queda
para R$ 129 bilhões).
Os cálculos pressupõem crescimento econômico de 2% no próximo ano, com
ligeira melhora, para 2,6%, até 2020. Taxas mais favoráveis encurtariam o
ajuste orçamentário; qualquer decepção com o PIB teria o efeito oposto.
As informações são de reportagem do Dinheiro Público e Cia
publicada na Folha de S.Paulo, em 21/08/2017
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