MP acusa justiça de blindar operador de
Serra
O Ministério da Justiça trava desde outubro do ano passado a criação de
uma força-tarefa entre Brasil e Espanha para investigar suspeitas de crimes de
corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a empresa de capital misto espanhola
Defex. A Espanha pediu a criação de uma equipe de trabalho conjunta para apurar
um repasse de R$ 7 milhões da Defex para empresas de Gregório Marin
Preciado, entre elas a Iberbrás.
A Iberbrás apareceu na Lava Jato por causa da refinaria de Pasadena.
Segundo o delator Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, por meio de um
contrato fraudulento com a Astra Oil, a Iberbrás escoou propina de US$ 15
milhões destinada ao pagamento de vantagens indevidas a funcionários da
Diretoria Internacional e de Abastecimento da Petrobrás.
Em 22 de junho deste ano, o procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, enviou um ofício ao ministro da Justiça, Torquato Jardim, cobrando uma
posição sobre o pedido de formação da equipe conjunta de investigação. No
documento sigiloso, ao qual o Estado teve acesso, o procurador afirmou que
houve uma discussão em outubro do ano passado sobre o tema, mas o governo não
encaminhou “mais qualquer informação” para formar o grupo conjunto. O pedido de
criação do grupo não teve andamento no Ministério da Justiça nas gestões de
Alexandre de Moraes, Osmar Serraglio e de Torquato.
O Estado apurou que na época do pedido espanhol, Janot comunicou o
Michel Temer sobre o caso. A Procuradoria queria evitar que as informações
chegassem ao Ministério das Relações Exteriores, chefiado à época por José
Serra, uma vez que a investigação esbarra em informações sobre o empresário,
que é próximo ao tucano. Preciado é casado com uma prima de Serra.
As informações são de reportagem de Fábio Serapião e Beatriz
Bulla no Estado de S.Paulo. Publicado em Brasil 247, em 07/08/2017
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