Moradores do
Norte e Nordeste poderão avistar eclipse parcial do sol
Norte-americanos
se preparam para ver o eclipse solar total.
No Brasil, parte do eclipse poderá ser vista no Norte e Nordeste
No Brasil, parte do eclipse poderá ser vista no Norte e Nordeste
(Imagem: Erik S. Lesser/EPA/EFE/Direitos Reservados)
Está previsto para esta segunda-feira (21) um dos
eventos mais fascinantes da natureza, o eclipse solar total, que ocorre quando
as órbitas do sol e da lua se cruzam e o satélite passa entre o sol e a Terra.
Quando a lua cobre o sol, bloqueia os raios solares e faz uma sombra na Terra.
Desta vez, a faixa de totalidade do fenômeno, ou
seja, a faixa de terra que ficará na penumbra, cruza os Estados Unidos. Serão 2
minutos e 40 segundo de completa escuridão para quem estiver entre Salem, no
Oregon, e a cidade de Charleston, na Carolina do Sul.
Observadores que estiverem fora dessa região, a 3
mil quilômetros acima ou abaixo dessa faixa, poderão observar um eclipse solar
parcial, em que a lua cobre parte do disco do Sol. No Brasil, os moradores das
regiões Norte e Nordeste poderão avistar o fenômeno entre 12h46 e 18h04,
horário de Brasília. No extremo norte do país, a previsão é que a escuridão
chegue a 50%.
A astrônoma Josina Nascimento, pesquisadora do
Observatório Nacional, responsável pelos cálculos e edição do anuário da
instituição que traz as fases da lua e previsão de eventos astronômicos,
explicou que apesar do senso comum dizer que são raros, os eclipses são um
evento comum. Segundo ela, o fato de a faixa de totalidade dos eclipses ser
muito estreita, com cerca de 270 quilômetros, causa essa falsa impressão.
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“A cada período entre 18 e 22 meses, temos um
eclipse solar, seja ele total, parcial ou anular. Quando é total, que é o mais
raro, têm-se essa pequena faixa de totalidade, portanto muitas partes do mundo
passam muitas décadas sem ver um eclipse total. Não é um fenômeno raro na
Terra, mas sim em cada local onde as pessoas estão”, esclareceu.
Josina Nascimento disse que os eclipses do sol e da
lua sempre ocorrem um próximo do outro. “Basta observar uma lista de previsão
de eclipses para verificar que sempre que acontece um eclipse da lua, por
exemplo, logo depois tem um do sol, ou vice versa. Se houver um eclipse em uma
lua cheia, na lua nova seguinte haverá um eclipse do sol. Se a órbita da
lua em torno da Terra não fosse inclinada, teríamos esse alinhamento todo mês.
Na lua nova, um eclipse do sol, e na lua cheia, um eclipse da lua. Por ser
inclinada, o alinhamento não acontece sempre.”
Ela informou que o próximo eclipse total que terá
faixa de observação no Brasil está previsto para 2041. “No dia 2 de julho de
2019, vai ser no sul da América do Sul e a expectativa é que muitas pessoas se
desloquem para a faixa de observação. É interessante porque você tem turismo,
tem eventos culturais e científicos, é muito legal”, disse a pesquisadora.
A Nasa vai transmitir o eclipse solar, seguindo a
faixa de escuridão dos Estados Unidos, a partir das 14h, horário de Brasília,
pelo link https://www.nasa.gov/eclipselive.
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Teoria da Relatividade foi provada em Sobral (CE), em eclipse no
Brasil, em 1919
Durante a conversa com a Agência Brasil, Josina
Nascimento contou que desde antes do homem começar a explorar o Universo em
missões espaciais, os cientistas aproveitam os eclipses para responder a
questões científicas e de engenharia. A cor muito escura da lua durante o
eclipse, por exemplo, pode ser usada para calibrar as imagens de raios-X, por
registrar o estado do "sinal zero". Os eclipses também são uma ótima
oportunidade para observar a fotosfera, uma camada interna do Sol. Segundo
Josina, há uma série de projetos que aproveitam a chance para fazer observações
especiais.
A pesquisadora contou que a observação mais
especial e relevante feita no Brasil, com envolvimento do Observatório
Nacional, ocorreu em um eclipse total em 1919, em Sobral, no Ceará, quando a
Teoria da Relatividade, do cientista Albert Einstein, foi finalmente
comprovada. Josina contou que vieram pesquisadores de vários lugares do mundo
para fazer a observação. Depois de algumas tentativas frustradas de provar a
teoria em outros locais anteriormente, o eclipse daquele ano no Brasil ofereceu
uma boa visibilidade e permitiu que os cálculos de Einstein fossem comprovados.
De Brasília, Maiana Diniz -
Repórter da Agência Brasil, 21/08/2017, às 06h57
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