Preço da gasolina
aumenta mais de 10% apenas em cinco dias de setembro
Preço de combustíveis em posto no Humaitá, zona
sul do Rio
(Imagem: Fernando Lemos/Agência
O Globo)
O aumento nos preços da gasolina das refinarias, de 3,3%, anunciado pela Petrobras começa a valer nesta terça-feira. Em cinco dias, só no mês de setembro, foram três aumentos, somando 10,2% para a gasolina. Já no caso do diesel, a alta acumulada chega a 5,3%. A Petrobras informou que a política de preços da estatal para diesel e gasolina leva em consideração, entre outros fatores, o alinhamento com as cotações internacionais dessas commodities. E ressaltou que pode haver influência de eventos como a tempestade tropical Harvey, que levou à paralisação de refinarias no Texas.
O aumento nos preços da gasolina das refinarias, de 3,3%, anunciado pela Petrobras começa a valer nesta terça-feira. Em cinco dias, só no mês de setembro, foram três aumentos, somando 10,2% para a gasolina. Já no caso do diesel, a alta acumulada chega a 5,3%. A Petrobras informou que a política de preços da estatal para diesel e gasolina leva em consideração, entre outros fatores, o alinhamento com as cotações internacionais dessas commodities. E ressaltou que pode haver influência de eventos como a tempestade tropical Harvey, que levou à paralisação de refinarias no Texas.
A presidente do Sindicato do Comércio
Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência do município
do Rio, Maria Aparecida Schneider, considera positiva a nova política de preços
da Petrobras. Mas observa que a flutuação dos preços causa certa instabilidade
no mercado, já que postos e distribuidoras estão trabalhando com estoques
baixos devido à queda da demanda. Segundo o sindicato, as vendas de combustível
no Rio despencaram de 25% a 30%, contra 6,5% na média nacional. Em dois anos,
aponta a entidade, o número de postos registrados caiu de 903 para 700.
— Para nós (o aumento) é péssimo. Hoje,
o repasse é quase automático, por causa dos estoques muito baixos, que duram no
máximo de dois a três dias. Parece até que voltamos ao tempo da inflação.
Operacionalmente, é uma questão administrativa enlouquecedora, porque é preciso
comprar mais caro e depois repassar ao consumidor — disse Maria Aparecida.
Exatamente por causa da queda nas
vendas, porém, os postos vêm tentando segurar os reajustes, enquanto os
estoques permitirem. A reportagem do GLOBO esteve na segunda-feira, logo depois
do anúncio, em seis postos de gasolina, nas zonas Norte e Sul e no Centro.
Apenas três elevaram os preços, enquanto um manteve e dois registraram redução,
em comparação à primeira semana de agosto, após o anúncio do aumento do
PIS/Cofins sobre combustíveis. Na Lagoa, o posto Piraquê manteve o litro da
gasolina em R$ 4,498. No posto Petrobras Distribuidora em frente à Uerj, na
Radial Oeste, os consumidores passaram a economizar R$ 0,10: o litro saía a R$
3,99. Já no posto Parque do Flamengo, no Aterro, a redução foi de R$ 0,05, para
R$ 4,39.
— Não tem como nós reajustarmos preços
todos os dias. É preciso esperar pelo menos uma ou duas semanas para repassar o
ajuste ao consumidor. E, enquanto isso, quem sofre somos nós — explicou Paulo
Miranda Soares, presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e
de Lubrificantes.
Ele disse, ainda, que, como nem sempre
as distribuidoras acompanham as reduções de preço feitas pela Petrobras, os
varejistas arcam com os prejuízos, mas não com as benesses.
O maior preço encontrado foi na Zona
Sul, junto ao Parque dos Patins, na Lagoa: R$ 4,559 o litro da gasolina. Foi
onde, por falta de opção, o professor da PUC-Rio Marco Antônio Grivet
abasteceu:
— Costumo abastecer em Botafogo, em um
posto que cobra R$ 3,80. É absurdo esse preço daqui, mas estou precisando.
E o novo reajuste não deve pesar apenas
no bolso dos motoristas. O economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) André
Braz lembra que a alta do diesel acaba afetando os valores do frete, o que se
reflete nos preços dos alimentos:
— A algum aumento o consumidor vai
assistir ao longo do tempo. O que a gente espera é que os ajustes constantes da
Petrobras possam se reverter em pressão inflacionária menor, já que os preços
não ficam represados para subir de uma vez.
Do Rio de Janeiro, Pollyanna Brêtas/Marina
Brandão. O Globo, em 05/09/2017, às 07h18
Nenhum comentário:
Postar um comentário