Dinheiro
achado em imóvel que seria usado por Geddel soma mais de R$ 51 milhões
Foram
contabilizados R$ 42.643.500 e US$ 2.688 milhões. Perfazendo um total, em
reais,
de R$ 51.030.866,40. (Foto: Divulgação/Polícia Federal)
A Polícia Federal (PF) concluiu no fim da noite
dessa terça-feira (5) a contagem do dinheiro apreendido em um apartamento na
Rua Barão de Loreto, no bairro da Graça em Salvador, que, segundo a PF, “seria
supostamente, utilizado por Geddel Vieira Lima [ex-ministro] como bunker para
armazenagem de dinheiro em espécie”. Foram contabilizados R$ 42.643.500 e US$
2.688 milhões, totalizando, em reais, R$ 51.030.866,40.
O dinheiro foi encontrado pelos policiais ao
cumprir mandado judicial de busca e apreensão, emitido pela 10ª Vara Federal de
Brasília, dentro da Operação Tesouro Perdido, desdobramento da Operação Cui
Bono, cuja primeira fase foi deflagrada pela PF em 13 de janeiro deste ano. Os
valores apreendidos serão depositados em conta judicial.
O apartamento pertence, segundo a Justiça, a Silvio
Silveira, que teria cedido o imóvel ao ex-ministro, para que guardasse,
“supostamente, pertences do pai, falecido em janeiro de 2016". Uma
denúncia anônima, feita por telefone, alertou a polícia de que Geddel estaria
utilizando o apartamento no bairro da Graça para “guardar caixas com
documentos”, o que foi constatado após consultas realizadas aos moradores do
edifício.
No documento autorizando a operação, o juiz
Vallisney de Souza Oliveira considerou que as práticas precisam ser
investigadas “com urgência”, devido aos fatos relacionados a “vultosos valores,
delitos de lavagem de dinheiro, corrupção, organização criminosa e participação
de agentes públicos influentes e poderosos”. A decisão do juiz, autorizando a
operação, foi assinada na última quarta-feira (30).
Operação Cui Bono
A Operação Cui Bono investigou esquema de fraude na
liberação de créditos da Caixa Econômica Federal no período entre 2011 e 2013.
De acordo com a investigação, entre março de 2011 e dezembro de 2013, a
vice-presidência de Pessoa Jurídica da instituição era ocupada por Geddel
Vieira Lima.
A investigação da Cui Bono – expressão latina
que em português significa “a quem beneficia?” – é um desdobramento da Operação
Catilinárias, deflagrada em dezembro de 2015, no âmbito da Operação Lava Jato,
quando policiais federais encontraram um telefone celular na residência do
então presidente da Câmara dos Deputados, o ex-deputado federal Eduardo Cunha,
que revelou intensa troca de mensagens eletrônicas entre Cunha e Geddel. A
operação tinha a finalidade de evitar que provas importantes fossem destruídas
por investigados da Lava Jato.
Atualmente, o ex-ministro Geddel Vieira Lima cumpre
prisão domiciliar em Salvador.
De
Brasília, Aécio Amado - Repórter da Agência Brasil, 06/09/2017, às 07h23
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