Fruto de um golpe, Temer fala em
democracia na Venezuela
Em Nova York para Assembleia Geral da
ONU, Michel Temer participou de encontro promovido pelo presidente dos EUA,
Donald Trump, com líderes da América Latina. O jantar teve um tom de doutrinação
contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Temer, que só está no poder porque
conspirou para derrubar Dilma Rousseff, a presidente legitimamente eleita nas
urnas, saiu do jantar repetindo a cartilha americana e falando da necessidade
de se defender a democracia na Venezuela.
Nas redes sociais, Temer virou motivo
de chacota por ter sido o único no encontro a precisar recorrer a fones de
ouvido com tradução simultânea.
Segundo a Reuters, em suas primeiras
horas em Nova York, Michel Temer não escapou de ouvir protestos e gritos de
“Fora Temer” na sua chegada ao hotel em que se encontraria com o presidente
norte-americano, Donald Trump, para um jantar.
Confira abaixo reportagem da Agência Brasil sobre o encontro.
Michel Temer, disse ontem (18), após
jantar de trabalho com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e
lideranças sul-americanas, que o Brasil tem feito o possível para ajudar
humanitariamente o povo venezuelano. A Venezuela foi um dos principais temas
tratados no jantar com Trump, que exigiu a restauração "plena" da
democracia e das liberdades políticas no país governado por Nicolás Maduro.
Temer deu uma entrevista coletiva a
jornalistas após o jantar com Trump e a Venezuela foi o principal assunto. O
brasileiro disse que é preciso tratar do tema sobre dois ângulos: o humanitário
e o político. No humanitário, ele disse que o Brasil mandou medicamentos para a
Venezuela e no político citou o encontro com Leopoldo Lopez, político que faz
oposição a Maduro.
Eu próprio relatei que recebi o Leopoldo
Lopez, tenho mantido os mais variados contatos, recebi a esposa dele, a mãe
dele, para revelar a posição do Brasil em relação à Venezuela”, disse. “As
pessoas querem que lá se estabeleça a democracia, não querem uma intervenção
externa, naturalmente.
Mas querem manifestações que se ampliem, dos países que aqui estão para os países da América Latina, para os países caribenhos, de maneira a pressionar a solução democrática na Venezuela”
Mas querem manifestações que se ampliem, dos países que aqui estão para os países da América Latina, para os países caribenhos, de maneira a pressionar a solução democrática na Venezuela”
Segundo Temer, nenhuma decisão foi
tomada durante a reunião, mas os líderes sul-americanos destacaram o problema
dos refugiados venezuelanos. “Nós temos mais de 30 mil refugiados no Brasil,
milhares de refugiados na Colômbia e alguns até no Panamá. E o que houve foi
isso: todos querem continuar a pressão para resolver. Mas a pressão
diplomática”, disse.
Temer disse que a possibilidade de
sanções à Venezuela não foi discutida efetivamente. Falou-se no tema, mas com
ações diplomáticas, como ocorreu em relação ao Mercosul. “No Mercosul, quando
nós fizemos reunião na Argentina, a Venezuela foi excluída do Mercosul, melhor
dizendo, até nem chegou a entrar, por não ter cumprido as cláusulas
democráticas”, disse.
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