Advogado britânico irá à ONU para
denunciar perseguição a Lula
Contratado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para defendê-lo
em cortes internacionais, o advogado britânico Geoffrey Robertson diz que o
sistema judiciário brasileiro é "arcaico". Para o advogado, isso
impede que Lula tenha um julgamento "justo" nas ações criminais a que
responde. Ativista internacional dos direitos humanos, ele diz ter presenciado
na semana passada, no julgamento que condenou Lula a 12 anos e um mês de
prisão, "indícios de viés", listados por ele em documento de dez páginas
enviado na noite de ontem à Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas, em
Genebra (Suíça).
Robertson diz que é "bizarro e surpreendente" ter visto o
procurador-regional da República [Maurício Gerum] sentado ao lado do juiz
[desembargador-presidente da 8ª Turma do TRF-4, Leandro Paulsen].
"Mostra fotograficamente o viés da Corte". Ele critica também
o fato de os magistrados irem para o julgamento com votos escritos, praxe em
todos os tribunais brasileiros. "Ninguém estava ouvindo a defesa, pois os
juízes já tinham seus votos escritos. Nada do que pudesse ser dito teria algum
efeito. É um exemplo de como o processo legal no Brasil é surpreendente para
visitantes".
As informações são de reportagem de Carolina Freitas e André Guilherme Vieira no Valor.
30/01/2018, 11h18
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