PF quer quebrar sigilos bancário e fiscal
de Temer
Relatório da Polícia Federal afirma ser “necessária” a quebra dos
sigilos bancário, fiscal e telefônico de Michel Temer e de outros investigados
“para uma completa elucidação” das suspeitas de que o peemedebista favoreceu
empresas do setor portuário. Sem citar nominalmente Temer, analistas da PF
recomendaram ao delegado Cleyber Lopes, que conduz o inquérito contra ele,
obter histórico de chamadas telefônicas e informações fiscais e bancárias “de pessoas
jurídicas e físicas mencionadas nos inquéritos” — o que inclui Temer.
No documento, de 15 de dezembro e obtido pelo GLOBO, a PF cita a
necessidade de analisar provas de uma investigação antiga contra Temer sob
suspeita de corrupção no Porto de Santos. Os investigadores consideram que os
documentos desse caso podem ser relevantes para o inquérito aberto ano passado,
que tem o peemedebista entre os alvos. Assim como na investigação anterior, há
a suspeita de que Temer tenha recebido propina para beneficiar empresas
portuárias.
O delegado Cleyber Lopes já solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF)
o compartilhamento desse inquérito antigo, já que as suspeitas que recaem sobre
Temer são semelhantes à investigação que está em andamento. A hipótese sob
apuração é de que Temer teria favorecido a Rodrimar, localizada em Santos (SP),
e outras companhias do setor portuário, por meio da publicação de um decreto de
2017 que aumentou o prazo dos contratos de concessão de áreas portuárias,
beneficiando as atuais concessionárias. O inquérito foi aberto após
interceptações telefônicas flagrarem conversas entre um diretor da Rodrimar,
Ricardo Mesquita, e o ex-deputado e ex-assessor presidencial Rodrigo da Rocha
Loures (PMDB) sobre o decreto.
A recomendação dos analistas da PF também atinge os ministros Eliseu
Padilha e Moreira Franco.
As informações são de reportagem de
Bela Megale e Aguirre Talento, em O Globo, publicada em
31/01/2018 em Brasil 247
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