Ex-presidente da Alesp, tucano Fernando Capez, é indiciado por máfia
da merenda
O procurador-geral de Justiça do Ministério Público de São Paulo,
Gianpaolo Smanio, apresentou nesta segunda (15) denúncia contra o deputado
estadual Fernando Capez (PSDB), sob acusação de corrupção passiva e lavagem de
dinheiro no caso conhecido como "máfia da merenda".
O escândalo veio à tona há dois anos, com a deflagração da Operação Alba
Branca, que detectou desvios em contratos da Secretaria de Educação do governo
Geraldo Alckmin (PSDB) e em prefeituras. Capez, que também é procurador
licenciado do Ministério Público paulista, presidiu a Assembleia Legislativa
até o ano passado.
O dinheiro desviado do Estado -R$ 1,11 milhão, o equivalente a 10% dos
contratos, pagou despesas da campanha de 2014 do tucano, inclusive dívidas que
ficaram pendentes até 2015, segundo a acusação.
Além de Capez, foram denunciadas outras oito pessoas -dois ex-assessores
de seu gabinete, dois integrantes da Secretaria de Educação e quatro homens
ligados à Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar), sediada em Bebedouro
(SP), entre eles o lobista Marcel Ferreira Julio, que fechou acordo de delação
premiada.
Devido ao foro especial de Capez, caberá ao Órgão Especial do Tribunal
de Justiça decidir se recebe a denúncia e abre ação penal contra ele,
tornando-o réu.
Smanio também pediu a suspensão imediata do mandato de Capez e de suas
funções como procurador de Justiça."Não bastasse o risco à ordem pública
gerado pelas condutas do denunciado Fernando Capez, não se pode olvidar que os
poderes inerentes aos cargos ocupados podem ser indevidamente utilizados por
ele para constranger testemunhas e conturbar a colheita da prova",
escreveu.
As informações são de reportagem de Reynaldo Turollo Jr na Folha de S.Paulo.
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