Indústria
fecha 2017 com crescimento de 2,5%, após três anos de queda
Em dezembro, a
alta foi de 2,8% em relação ao mês anterior
(Imagem: Arquivo/Isac Nóbrega/PR)
Após três anos de quedas consecutivas, a produção
industrial brasileira fechou o ano passado com crescimento acumulado de de
2,5%, na comparação com 2016, puxada pelo setor automotivo. Este é o primeiro
resultado anual positivo desde 2013, quando a indústria fechou com expansão de
2,1%, e o maior desde 2010, ano em que a indústria teve o recorde de 10,2% de
crescimento.
Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal
Produção Física Brasil (PIM-PF) divulgada hoje (1º), pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), que apresentou também o resultado mensal do
último mês de 2017: o parque fabril do país fechou dezembro com crescimento de
2,8% em relação a novembro, na série livre de influências sazonais.
Esta foi a maior alta mensal na série ajustada
sazonalmente desde os 3,5% de junho de 2013. A indústria fechou os quatro
últimos meses do ano passado com crescimentos mensais consecutivos, período em
que acumulou expansão de 4,2%.
Em relação a dezembro de 2016, a indústria teve
alta de 4,3%, a oitava taxa positiva consecutiva na comparação com o mesmo mês
do ano anterior, mas inferior às taxas de outubro (5,5%) e novembro (4,7%). No
quarto trimestre, indústria cresceu 4,9% em relação ao mesmo período de 2016.
Já o crescimento acumulado do segundo semestre do ano foi de 4%.
Categorias e ramos de atividades
Em 2017, houve crescimento em todas as quatro
grandes categorias econômicas, 19 dos 26 ramos, 51 dos 79 grupos e em 56,4% dos
805 produtos pesquisados pelo IBGE, em comparação com o ano anterior.
Entre as grandes categorias econômicas, o principal
destaque foi para bens de consumo duráveis, com expansão de 13,3% no ano;
seguido de bens de capital, com alta de 6%. As duas categorias tinham
registrado queda em 2016, de 14,4% e 10,2% respectivamente.
Segundo o IBGE, a expansão de bens de consumo
duráveis foi influenciada pela fabricação de automóveis (crescimento de 20,1%
no ano) e eletrodomésticos (10,5%). Já em bens de bens de capital, destacam-se
equipamentos de transporte (aumento de 7,9%), de uso misto (18,8%) e para
construção (40,1%).
Também com resultados positivos, mas abaixo da
média nacional de 2,5%, aparecem os setores produtores de bens intermediários
(1,6%) e de bens de consumo semi e não duráveis (0,9%).
Entre os ramos de atividades, a maior influência
positiva foi exercida pela atividade de veículos automotores, reboques e
carrocerias, que cresceu 17,2%; seguida pelas indústrias extrativas (4,6%); de
equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (19,6%); de
metalurgia (4,7%); de produtos alimentícios (1,1%); de produtos de borracha e
de material plástico (4,5%), de celulose; papel e produtos de papel (3,3%); de
máquinas e equipamentos (2,6%); e de produtos do fumo (20,4%).
A avaliação do gerente da pesquisa, André Macedo, é
de que o bom desempenho no setor de veículos automotores foi crucial para o
crescimento da produção industrial em 2017. “Praticamente todos os setores
tiveram crescimento, mas o setor automobilístico, principalmente a fabricação
de veículos pequenos, foi o que mais influenciou. Grande parte disso se deve à
melhora no nível de estoques e ao aumento das exportações”, afirmou.
Mas para Macedo, ainda é cedo para falar em
recuperação. “O ano de 2017 rompe um período de queda na indústria brasileira,
mas ainda está longe de uma mudança ideal”.
Apesar do crescimento, a indústria brasileira teve
seu desempenho afetado pela queda de 4,1% na produção de derivados de petróleo
e biocombustíveis; de 5,3% na de produtos farmacêuticos; e de 10,1% na de
outros equipamentos de transporte.
Também tiveram baixas outros equipamentos de
transporte (-10,1%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-5,3%), produtos
de minerais não metálicos (-3,1%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos
(-3,5%).
Dados de dezembro
No crescimento da indústria em dezembro de 2017,
comparativamente a 2016, a atividade de veículos automotores, reboques e
carrocerias (25,1%) foi a que exerceu a maior influência positiva. Em seguida,
vieram metalurgia (18,1%), produtos alimentícios (2,9%), celulose, papel e
produtos de papel (10,1%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e
ópticos (19,9%), e produtos de borracha e de material plástico (8,%).
Das cinco atividades em queda, as principais
influências negativas ocorreram nas indústrias extrativas (-3%) e de confecção
de artigos do vestuário e acessórios (-15,5%).
Entre as grandes categorias econômicas, bens de
consumo duráveis, que cresceu 20,8% e bens de capital (8,8%) tiveram as maiores
altas frente ao mesmo período de 2016. Bens de consumo duráveis teve a 14ª taxa
positiva mensal consecutiva e a mais elevada desde os 23,3% de fevereiro de
2014.
Já o crescimento de 8,8% em bens de capital foi o
oitavo resultado positivo consecutivo e ligeiramente mais intenso do que o de
novembro último (8,4%). O segmento foi influenciado, em grande parte, pelo
avanço no grupamento de bens de capital para equipamentos de transporte
(21,4%).
Também tiveram alta os segmentos de bens
intermediários, com 4,2%, e de bens de consumo semi e não duráveis, com 0,2%.
De Rio de
Janeiro, Nielmar de Oliveira - Repórter da Agência Brasil, 01/02/2018 10h33
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