Brasil amarga 7 mil obras paradas só na
esfera federal
O volume de obras paradas no
Brasil é tão grande que nem mesmo os pesquisadores conseguem mensurar a
dimensão do desastre. Claudio Frischak, presidente da InterB, afirma que as 7
mil obras paradas do governo federal representa um número conservador, pois a
própria capacidade de o governo fornecer as informações está comprometida.
O gasto com a retomada dessas
obras seria, dentro desse quadro conservador, da ordem de R$ 144 bilhões. As
paralisações atingem todas as esferas públicas: governos federal, estados e
municípios.
As paralisações vão desde
creches a escolas até a grandes obras com as ferrovias Norte-Sul e Oeste-Leste.
Toda essa paralisação de projetos no meio do caminho faz com que o problema seja
muito maior do que o mero desperdício de dinheiro público. A interrupção
arrasta cadeias produtivas inteiras, incidindo no emprego, na violência e nos
dados gerais de retração econômica.
“Além dos transtornos para a
população, a interrupção de uma obra representa grande prejuízo para o poder
público, com o inevitável aumento dos custos numa retomada, afirma o presidente
da Comissão de Infraestrutura da Cbic, Carlos Eduardo Lima Jorge. Isso ocorre
por causa da deterioração de serviços já feitos e de reajustes do contrato pelo
tempo parado.
Para o executivo, existe ainda
outro efeito perverso na paralisação de obras: muitas delas perderam sentido
econômico e social e não se justificam mais. “Ou seja, o dinheiro investido no
início do projeto vai para o lixo”, completa o presidente do Cbic, José Carlos
Martins. Na avaliação dele, mesmo aquelas que têm racionalidade econômica
correm o risco de não serem concluídas. Além da falta de dinheiro, diz o
executivo, as obras paradas também sofrem com problemas de desapropriação,
licenciamento ambiental e má qualidade dos projetos executivos.”
De Brasília, Brasil 247, em 25/06/2018, às 04h55
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