Técnicos
voltam a discutir amortecimento de preços dos combustíveis
Técnicos dos ministérios de Minas e Energia (MME) e da Fazenda
reúnem-se hoje, (4), para discutir a criação de uma política de
amortecimento de preços dos combustíveis que chegue ao bolso do
consumidor. Esta é a segunda reunião do grupo de trabalho criado para esse
fim. A discussão inclui derivados do petróleo, como a gasolina.
O acordo firmado com os caminhoneiros para o fim do movimento grevista
define a redução de R$ 0,46 no preço do diesel. Agora, a intenção é incluir
também na discussão os demais combustíveis, criando um mecanismo que proteja o
consumidor da volatilidade dos preços finais.
Segundo o MME, o grupo vai convidar especialistas no assunto para ajudar
a buscar uma solução que permita, por um lado, a continuidade da prática de
preços livres ao produtor e importador e, por outro, o amortecimento dos preços
ao consumidor. A primeira foi na última sexta-feira (1º), com técnicos da
Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Política de preços
Desde 2016, a Petrobras segue uma política de variação do preço dos
combustíveis que acompanha a valorização do dólar e o encarecimento do petróleo
no mercado internacional. Em nota, o MME diz que a política de liberdade de
preços da Petrobras, assim como das demais empresas de petróleo que atuam no
país, "é uma política de governo. A Petrobras teve e tem total autonomia
para definir sua própria política de preços".
Com os reajustes, no início de maio, a Petrobras anunciou um
crescimento do lucro líquido de 56,5% no primeiro trimestre deste ano, em
relação ao mesmo período do ano passado, atingindo R$ 6,96 bilhões. O
crescimento expressivo surge depois de quatro anos seguidos de prejuízos e de
um processo de reestruturação e de redução do endividamento da companhia, que
teve início após as denúncias da Operação Lavo Jato.
Este foi, segundo a estatal, o melhor resultado trimestral desde o
início de 2013, quando a empresa havia lucrado R$ 7,69 bilhões, e terminou o
trimestre com resultados positivos em sua métrica de segurança.
Flutuações
As flutuações, no entanto, causam impacto para o consumidor. Nesse
fim de semana, a Petrobras aumentou em 2,25% o preço da gasolina em suas
refinarias. Com isso, o litro do combustível ficou 4 centavos mais caro,
passando de R$ 1,9671 para R$ 2,0113, de acordo com a estatal.
Em um mês, o combustível acumula alta de preço de 11,29%, ou seja, de 20
centavos por litro, já que em 1º de maio, ele era negociado nas refinarias a R$
1,8072. O preço do diesel, que recuou 30 centavos desde o dia 23 de maio,
no ápice da greve dos caminhoneiros, será mantido em R$ 2,0316 por 60 dias.
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
(Dieese) diz, em nota técnica, que a política de presos resultou, entre o
final de abril e maio, em 16 reajustes do preço da gasolina e do
diesel nas refinarias. Para o consumidor final, os preços médios nas bombas de
combustíveis subiram, considerando os impostos federais e estaduais, de R$ 3,40
para R$ 5, no caso do litro de gasolina (crescimento de 47%), e de R$ 2,89 para
R$ 4, para o litro do óleo diesel (alta de 38,4%).
De Brasília, Mariana Tokarnia, repórter
da Agência Brasil. Publicado em 04/06/2018, às 06h15
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