Mercado
financeiro aumenta estimativa de inflação para 4,03%
Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) aumentaram
pela sétima semana seguida a estimativa para a inflação este ano.
A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)
subiu de 4% para 4,03%, neste ano. A informação consta da pesquisa Focus,
publicação elaborada todas as semanas pelo BC, com projeções de instituições
financeiras para os principais indicadores econômicos.
A pesquisa do BC passou por mudanças. Agora é possível saber, por
exemplo, quantas instituições financeiras responderam a pesquisa sobre cada
indicador. No caso da projeção para o IPCA neste ano, 114 instituições
apresentaram estimativa.
O BC passou a divulgar também as estimativas de quatro anos, acrescendo
2020 e 2021. Para as instituições financeiras, o IPCA em 2019 será 4,10% (mesma
estimativa da semana passada) e 4% em 2020 e em 2021.
Essas estimativas estão abaixo da meta que deve ser perseguida pelo BC.
Neste ano, o centro da meta é 4,5%, com limite inferior de 3% e superior de 6%,
neste ano. Para 2019, a meta é 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e
5,75%. Para 2020, a meta é 4% e 2021, 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5
ponto percentual para os dois anos (2,5% a 5,5% e 2,25% a 5,25%,
respectivamente).
Para alcançar a meta de inflação, o BC usa como instrumento a taxa
básica de juros, a Selic, atualmente 6,5% ao ano.
Para as instituições financeiras, a Selic deve permanecer em 6,5% ao ano até o final de 2018.
Para 2019, a expectativa é de aumento da taxa básica, terminando o período em
8% ao ano, e permanecendo nesse patamar em 2020 e 2021.
Quando o Copom aumenta a Selic, objetivo é conter a demanda aquecida, e
isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e
estimulam a poupança.
Quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o crédito
fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle
da inflação.
A manutenção da Selic, como prevê o mercado financeiro neste ano, indica
que o Copom considera as alterações anteriores suficientes para chegar à meta
de inflação.
Atividade econômica
A estimativa do mercado financeiro para o crescimento da economia
continua sendo reduzida. A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto
(PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – permaneceu em
1,55%, depois de passar por oito reduções consecutivas.
A previsão de crescimento do PIB para 2019 caiu, pela quarta vez
consecutiva, ao passar de 2,60% para 2,50%. As instituições financeiras também
projetam crescimento de 2,50% do PIB em 2020 e 2021.
De acordo com a pesquisa, quanto mais distante o período da previsão,
menor o número de instituições que respondem à pesquisa. Na previsão para o PIB
em 2018, colaboraram 75 instituições, para 2019, 74, 2020, 56 e 2021, 51.
A previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar passou de R$
3,65 para R$ 3,70 no final deste ano, e permanece em de R$ 3,60, no fim de
2019. Para 2020, a estimativa também é R$ 3,60. No final de 2021, a previsão é
R$ 3,70.
De Brasília, Kelly Oliveira – Repórter da Agência
Brasil, em 02/07/2018, às 09h11
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