Moro desobedeceu decisão do STF, avalia
Toffoli
Mandar
o ex-ministro José Dirceu usar tornozeleiras eletrônicas depois de solto foi
uma forma de desrespeitar a decisão da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal de
mandar soltá-lo. Por isso o ministro Dias Toffoli determinou a imediata soltura
de Dirceu, conforme a decisão da terça-feira (26/6) da turma. A liminar é desta
segunda-feira (2/7).
Quando
mandou soltar José Dirceu, Supremo não falou nada sobre medidas cautelares.
Aplicação de tornozeleira, por ordem de Moro, desobedeceu a decisão da 2ª Turma,
afirma Toffoli.
"O STF, sob pena de se comprometerem as elevadas funções que a Constituição lhe conferiu, não pode ter seus julgados desobedecidos. O Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba/PR, em decisão com extravasamento de suas competências, restabeleceu medidas cautelares diversas da prisão, outrora determinadas em desfavor do paciente, à míngua de qualquer autorização deste Tribunal", diz a liminar.
"O STF, sob pena de se comprometerem as elevadas funções que a Constituição lhe conferiu, não pode ter seus julgados desobedecidos. O Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba/PR, em decisão com extravasamento de suas competências, restabeleceu medidas cautelares diversas da prisão, outrora determinadas em desfavor do paciente, à míngua de qualquer autorização deste Tribunal", diz a liminar.
A
aplicação da tornozeleira foi decidida pelo juiz Sergio Moro, titular da 13ª
Vara Federal de Curitiba e responsável pela "lava jato" no Paraná. De
ofício, ele argumentou que, como o STF mandou soltar Dirceu, o ex-ministro
voltou a estar submetido a medidas cautelares, conforme havia sido decidido em
março de 2017, quando a 2ª Turma cassou a preventiva de Dirceu.
Segundo
Toffoli, a decisão, além de ilegal e de afrontar o entendimento do STF, usurpou
a competência da Vara Federal de Execução Penal do Distrito Federal, já que
Dirceu está preso na Papuda, em Brasília.
Mas
o ministro explica que a 2ª Turma, "em nenhum momento", tratou de
medidas cautelares. Apenas concedeu a liberdade, em decisão tomada de ofício,
já que Dirceu não estava preso preventivamente, mas cumpria pena antecipada por
ter sua condenação confirma pelo Tribunal Federal Regional da 4ª Região.
De
acordo com o advogado Pierpaolo Bottini, a decisão do ministro Toffoli foi
correta. "Assegurou o respeito à decisão do STF e impediu que, por via
oblíqua, seus efeitos fossem minimizados por juiz de primeiro grau",
disse.
"Felizmente
o ministro Dias Toffoli cassou a esdrúxula e autoritária decisão do juiz de
piso, que, sem jurisdição e de ofício, impôs ao ex-ministro José Dirceu
restrições que o STF não impôs", completou o advogado Leonadro
Yarochewsky. "A decisão do ministro Toffoli colocou em seu devido lugar
aquele que pensa estar acima da lei e da própria Suprema Corte."
Por Gabriela Coelho, no Conjur,
publicado em Brasil 247, em 03/07/2018, às 08h39
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