Recessão do golpe arrasa com indicadores
sociais
O golpe de 2016 liquidou com
todos os indicadores sociais do país que até 2015 vinham apresentando melhoras
significativas. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) está estagnado pelo
terceiro ano consecutivo; o Brasil possui tem uma das piores concentrações de
renda do mundo; 6,27 milhões de pessoas foram lançadas abaixo da linha da
pobreza; o desemprego atingiu 12,9% dos trabalhadores e 1/3 dois jovens está
fora do mercado, o pior índice da América do Sul.
O desempenho referente ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), no qual
o Brasil ocupa o 79º lugar no ranking de 189 países elaborado pelo Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), está estagnado pelo terceiro ano
consecutivo. O Brasil também possui o nono pior Índice de Gini do mundo, que
mede o grau de concentração da renda, e é apontado como uma das principais
causas do baixo IDH.
Ao mesmo tempo, desde 2015 – quando o golpe começou a ser articulado –, a
faixa abaixo da pobreza cresceu e até o final de 2017, cerca de 6,27 milhões de
pessoas ingressaram nessa camada social, segundo dados da FGV Social.
O país
possui atualmente 23,3 milhões de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza,
com uma renda mensal inferior a R$ 233. O número de pobres, que vinha numa
curva decrescente nos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
Dilma Rousseff, já corresponde a 11,2% da população no período pós-golpe.
A avaliação do PNUD aponta que o IDH (que avalia indicadores como saúde,
renda e educação) brasileiro registrou uma nota de 0,759, em uma escala que vai
de zero a 1. Ao mesmo tempo em que ocupa o 79º lugar no ranking mundial, o IDH
do Brasil está na quinta colocação no que diz respeito a América Latina,
ficando atrás do Chile, Argentina, Uruguai e até mesmo da Venezuela, que passa
por uma grave crise econômica e social que vem sendo alvo de críticas feitas
até mesmo pelo governo Michel Temer, que chegou ao poder por meio do golpe. Quando
a desigualdade social é incluída no levantamento, o IDH despenca ainda mais. A
queda no indicador chega a 23,9%, passando a 0,578 ponto, derrubando a posição
brasileira no ranking em 17 colocações.
A renda nacional bruta também despencou com o golpe. Atualmente, segundo o
Pnud, este valor está em US$ 13.775, abaixo dos US$ 14,350 registrado em 2015.
O mercado de trabalho também vem em queda constante. No ano passado, a taxa de
desemprego brasileira foi a segunda maior de toda a América Latina, ficando atrás
somente do Haiti. A falta de trabalho alcançou 12,9% da população brasileira e
a recessão não da sinais de arrefecimento.
Ainda na esteira da crise resultante do golpe, cerca de um terço dos
jovens com idades entre 15 e 24 anos ficou fora do mercado de trabalho. O
índice é o maior entre os países da América do Sul. A situação se torna ainda
mais dramática quando se observa que 24,8% desta parcela populacional não
estuda ou trabalha.
Esta paralisia e falta de perspectiva também se estende à educação. Atualmente,
uma criança que ingressa no sistema de ensino brasileiro possui a mesma
expectativa de 2015 no que diz respeito aos anos em que ficará na escola. A
média de estudos dos que possuem 25 anos de idade é de 7,8 anos, sendo a mesma
desde 2016, ano em que o golpe foi efetivado. Na área de saúde, a crise também
ficou praticamente estagnada, com a expectativa de vida dos brasileiros
passando de 75,3 anos em 2015, para 75,7 anos em 2017.
O relatório do PNUD aponta que, além da retomada do crescimento econômico,
é necessário retomar políticas públicas que alcancem a população, algo que o
golpe, em nome do ajuste fiscal e em prol do mercado financeiro, fez questão de
deixar de lado em todos os aspectos.
De Brasília (DF), Brasil 247, em 18/09/2018, às 16h45
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