Rivais sobem
tom contra Bolsonaro e Haddad em penúltimo debate na TV
Candidatos
durante o debate de presidenciáveis nas eleições 2018, promovido pela Record
TV,
na sede da
emissora em São Paulo (SP), neste domingo (30)
(Foto:
Paulo Lopes/Futura Press)
Líderes nas pesquisas, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) se
tornaram alvo de adversários no debate na Record, neste domingo (30). O
deputado se ausentou por estar em recuperação após sofrer uma facada durante a
campanha.
O debate foi o penúltimo antes do primeiro turno. O da Globo será na
quinta-feira (4).
Ciro Gomes (PDT) pediu a Marina Silva (Rede) para comentar a "frase
assustadora" do capitão reformado de que não aceitará "resultado
diferente" do que sua eleição.
"O Bolsonaro tem uma atitude autoritária. Com essa frase, ele
também desrespeita a Constituição, o jogo democrático. Não se pode entrar no
jogo se for para você ganhar de qualquer jeito", disse Marina.
A ex-senadora seguiu, em recado ao PT: "Nós temos que enfrentar
dois projetos autoritários. Aqueles saudosistas da ditadura e aqueles que
fraudaram a eleição de 2014".
Um discurso recorrente entre os presidenciáveis foi o de que tanto
Bolsonaro quanto Haddad representam extremos e devem ser
rechaçados. Marina sustentou que "PT e Bolsonaro são cabos eleitorais
um do outro".
Na sequência de ataques, Ciro falou que o militar reformado dá
"declarações antipovo, antipobre". O pedetista cobrou indiretamente a
presença do deputado e disse que não deixou de comparecer ao debate do SBT, na
semana passada, mesmo com sonda após uma cirurgia na próstata. Bolsonaro tem
recomendação médica de fazer repouso.
Em dobradinha com Henrique Meirelles (MDB), Ciro citou números de
violência e da crise econômica para se voltar contra "essa onda que
vulgarizou a barbárie". "O Bolsonaro interpreta isso, mas
infelizmente o outro lado também aperfeiçoa."
Meirelles defendeu entendimento entre os brasileiros "para que não
se caia nesse radicalismo" e afirmou que "o ódio não cria empregos, a
vingança só cria destruição".
Na mesma toada, Geraldo Alckmin (PSDB) repisou discurso do horário
eleitoral. Disse que "nem os radicais de esquerda, nem os radicais de
direita" são a resposta agora.
Haddad precisou se explicar sobre a relação com Lula, que é padrinho de
sua candidatura e está preso em Curitiba. O ex-prefeito defendeu os governos
dele e o chamou de "o maior presidente da história do Brasil". Em
resposta, Cabo Daciolo (Patriota) falou: "Lula é um grande líder que se
corrompeu no caminho".
Ciro também pediu explicações de Haddad sobre a aliança dele com o
senador Eunício Oliveira (MDB-CE) e políticos que apoiaram o impeachment de
Dilma Rousseff.
O petista minimizou o encontro. Segundo ele, a agenda em Fortaleza foi
uma "visita ao presidente do Senado".
Haddad mudou o tom e desferiu seus primeiros ataques a Bolsonaro,
antecipando um embate até então planejado apenas para o segundo turno.
Ele criticou a proposta do general Hamilton Mourão (PRTB), vice da chapa
rival, de formular uma nova Constituição com a ajuda de uma comissão de
notáveis.
Para o petista, o deputado propõe aprofundar a agenda de Michel Temer
(MDB), é contra direitos e "fala em cortar o 13º, taxar os pobres".
O ex-prefeito teve ainda que responder sobre sua afirmação de que vai
trabalhar para criar condições de redigir uma nova Constituição. Ele se
defendeu dizendo ter compromisso com a democracia. "Repudio todos os
governos autoritários, de direita e de esquerda", afirmou a Ciro.
Alvaro Dias (Podemos) também se voltou contra os candidatos do PT e do
PSL, dizendo que há uma "marcha da insensatez" na campanha eleitoral
e que "a mentira continua sendo uma arma poderosa na boca dos
candidatos".
O senador ironizou ainda dois adversários que foram ministros de Lula.
"Ciro e Haddad falam como se tivessem sido ministros da Dinamarca. Porque
o que eles dizem que fizeram, eu não vi no Brasil".
Daciolo foi novamente responsável por momentos cômicos. Repetindo termos
como "glória" e "em nome do senhor Jesus", o deputado
"profetizou" que será eleito no primeiro turno, com 51% dos votos.
Criticou "essa farsa toda que é o cenário político do nosso
país" e disse que os rivais são "amiguinhos" e agem como se
estivessem em um jogo.
Guilherme Boulos (PSOL) reagiu: "Eu não faço parte desse clube de
amigos". O candidato usou a primeira chance de falar para elogiar os atos
contra Bolsonaro que ocorreram pelo país no sábado (29).
"Primeiramente, ele não", falou, ecoando o mote do movimento
feminino. Para Boulos, as manifestantes deram "show de democracia e de
coragem".
Oito dos 13 presidenciáveis compareceram. [...]
Segundo a mais recente pesquisa Datafolha, de sexta-feira (28),
Bolsonaro e Haddad lideram as intenções de voto. O deputado tem 28% das preferências
e o ex-prefeito, 25%.
De São Paulo (SP), Folhapress/Yahoo Notícias, em
01/10/2018, às 05h02



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