quinta-feira, 7 de março de 2019

Pedido de investigação

PT vai pedir que PGR investigue Bolsonaro por vídeo
 
Vice-presidente nacional do PT afirmou que irá representar à PGR para que investigue
Bolsonaro pela publicação do vídeo. (Foto: Reuters/Ueslei Marcelino)
O PT vai pedir que a PGR (Procuradoria-Geral da República) investigue o presidente da República, Jair Bolsonaro, pela publicação de um vídeo com atos obscenos em sua conta no Twitter. O anúncio do pedido foi feito pelo deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), vice-presidente nacional da legenda, também pelo Twitter. 
Vamos representar Jair Bolsonaro pelo vídeo que postou. A lei 13.718, recentemente aprovada, tipifica o crime de divulgação, sem o consentimento da vítima, de cena de sexo, nudez ou pornografia”, escreveu o parlamentar em sua conta.
No vídeo compartilhado por Bolsonaro, é possível ver um grupo de jovens dançando em cima de uma banca de jornal. Durante o vídeo, eles se tocam em suas partes íntimas diversas vezes. Depois, um dos jovens urina sobre o outro. Bolsonaro não comentou a origem das imagens e nem onde elas foram gravadas.
Co-autor do pedido de impeachment que resultou na saída da ex-presidente Dilma Rousseff, o jurista Miguel Reale Júnior afirmou que a publicação do vídeo com atos obscenos feita pelo presidente Jair Bolsonaro pode justificar um processo de impeachment. 
Segundo Realle, a postagem poderia ser enquadrada em quebra de decoro. A lei 1.079 de 1950, que determina os crimes de responsabilidade do presidente da República, afirma que é crime contra a probidade na administração “proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo”.
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Sanidade
O PT também pretende analisar a possibilidade de pedir um teste de sanidade ao presidente da república, segundo publicou o jornal Correio Braziliense. 
Para o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta, a divulgação do vídeo por Bolsonaro é uma resposta às críticas contra ele durante o Carnaval.
“O presidente não suportou as homenagens à Marielle, as marchinhas do Queiroz e as palavras de ordem contra ele que se tornaram marca no carnaval. Uma pessoa que ocupa um cargo desses tem que ter equilíbrio emocional e psicológico para suportar a pressão e saber conviver com críticas, tudo que ele mostrou que não tem”, disse Pimenta, segundo o Correio Braziliense.
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Críticas de aliados a opositores
Integrantes da oposição e aliados de Bolsonaro reagiram às publicações obscenas feitas pelo presidente em uma rede social. Opositores defenderam a necessidade de “intervenção psíquica” e disseram que vão representar criminalmente por “crime de divulgação, sem o consentimento da vítima, de cena de sexo, nudez ou pornografia”.
Aliado de Bolsonaro, o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) afirmou que a publicação é “incompatível com a postura de um presidente, ainda mais de direita”, e a classificou como “bola fora”.
“Há muitas boas razões para criticar o Carnaval, não faltam problemas que poderiam ser evidenciados e evitados. Isso não justifica mostrar uma obscenidade para milhões de famílias por meio de uma rede social sob o pretexto de criticar a festa. Isso não é postura de conservador”, escreveu o parlamentar.
Um dia depois de ter compartilhado em sua conta oficial do Twitter um vídeo em que um homem aparece dançando após introduzir o dedo no próprio ânus e um outro rapaz surge urinando na cabeça do que dançava, Bolsonaro publicou na manhã desta Quarta-Feira de Cinzas uma pergunta: “O que é golden shower?”
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“Acho que tem mais praticante do que pessoas que conhecem a terminologia”, afirmou aos risos o líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), sobre o fetiche de urinar na frente de um parceiro ou sobre ele.
O senador disse acreditar que a intenção de Bolsonaro era chamar a atenção “para essas coisas sem limites”.
“O objetivo dele foi dizer que parcela da população perdeu seus limites morais, de cidadania. Vai muito no estilo Jair Bolsonaro de comunicação. Ele simplesmente vem mantendo o estilo de comunicação direta”, afirmou Olímpio, para quem não houve quebra de decoro e as publicações não são uma cortina de fumaça para as críticas de que Bolsonaro foi alvo durante o Carnaval em várias cidades.
Filipe Garcia Martins, assessor especial internacional do Palácio do Planalto, evocou o ex-presidente americano Theodore Roosevelt para argumentar que Bolsonaro recorreu ao “bully pulpit” (púlpito intimidador, em tradução livre) para postar o vídeo nas redes. O termo se refere a um palanque de destaque para se manifestar e ser ouvido, no caso a rede social em que o presidente tem 3,47 milhões de seguidores.
“Theodore Roosevelt dizia que a Presidência da República é um ‘bully pulpit’, uma posição pública que permite falar com clareza e com força sobre qualquer problema. Foi o que o Presidente @jairbolsonaro fez ao expor o estado de degeneração que tomou nossas ruas nos últimos dias”, escreveu Martins.
“Se uma mulher se ajoelhasse para um homem heterossexual e este fizesse xixi na cabeça dela, as feminazis diriam que se trata de subjugar a mulher. Sendo um gay, pode?? Pois é, o problema não está no delito, mas Presidente ter compartilhado… Sei….”, escreveu a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) em sua conta no Twitter.
Por Yahoo Notícias, em 06/03/2019. Atualizada em 07/03/2019

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