PT vai pedir que PGR
investigue Bolsonaro por vídeo
Vice-presidente
nacional do PT afirmou que irá representar à PGR para que investigue
Bolsonaro
pela publicação do vídeo. (Foto: Reuters/Ueslei Marcelino)
O PT vai pedir que a PGR
(Procuradoria-Geral da República) investigue o presidente da República, Jair
Bolsonaro,
pela publicação de um vídeo com atos obscenos em sua conta no Twitter. O
anúncio do pedido foi feito pelo deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP),
vice-presidente nacional da legenda, também pelo Twitter.
Vamos representar
Jair Bolsonaro pelo vídeo que postou. A lei 13.718, recentemente aprovada,
tipifica o crime de divulgação, sem o consentimento da vítima, de cena de sexo,
nudez ou pornografia”, escreveu o parlamentar em sua conta.
No vídeo
compartilhado por Bolsonaro, é possível ver um grupo de jovens dançando em cima
de uma banca de jornal. Durante o vídeo, eles se tocam em suas partes íntimas
diversas vezes. Depois, um dos jovens urina sobre o outro. Bolsonaro não
comentou a origem das imagens e nem onde elas foram gravadas.
Co-autor do pedido
de impeachment que resultou na saída da ex-presidente Dilma Rousseff, o jurista
Miguel Reale Júnior afirmou que a publicação do vídeo com atos obscenos feita pelo presidente Jair Bolsonaro pode justificar um processo de impeachment.
Segundo Realle, a
postagem poderia ser enquadrada em quebra de decoro. A lei 1.079 de 1950, que
determina os crimes de responsabilidade do presidente da República, afirma que
é crime contra a probidade na administração “proceder de modo incompatível com
a dignidade, a honra e o decoro do cargo”.
Colabore com a limpeza pública da cidade
Sanidade
O PT também
pretende analisar a possibilidade de pedir um teste de sanidade ao presidente
da república, segundo publicou o jornal Correio Braziliense.
Para o líder do PT
na Câmara, deputado Paulo Pimenta, a divulgação do vídeo por Bolsonaro é uma
resposta às críticas contra ele durante o Carnaval.
“O presidente não
suportou as homenagens à Marielle, as marchinhas do Queiroz e as palavras de
ordem contra ele que se tornaram marca no carnaval. Uma pessoa que ocupa um
cargo desses tem que ter equilíbrio emocional e psicológico para suportar a
pressão e saber conviver com críticas, tudo que ele mostrou que não tem”, disse
Pimenta, segundo o Correio Braziliense.
Povo educado, cidade limpa!
Críticas de aliados a opositores
Integrantes da
oposição e aliados de Bolsonaro reagiram às publicações obscenas feitas pelo
presidente em uma rede social. Opositores defenderam a necessidade de
“intervenção psíquica” e disseram que vão representar criminalmente por “crime
de divulgação, sem o consentimento da vítima, de cena de sexo, nudez ou
pornografia”.
Aliado de
Bolsonaro, o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) afirmou que a publicação é
“incompatível com a postura de um presidente, ainda mais de direita”, e a
classificou como “bola fora”.
“Há muitas boas
razões para criticar o Carnaval, não faltam problemas que poderiam ser
evidenciados e evitados. Isso não justifica mostrar uma obscenidade para
milhões de famílias por meio de uma rede social sob o pretexto de criticar a
festa. Isso não é postura de conservador”, escreveu o parlamentar.
Um dia depois de ter compartilhado em sua conta oficial do Twitter um
vídeo em que um homem aparece dançando após introduzir o dedo no próprio ânus e
um outro rapaz surge urinando na cabeça do que dançava, Bolsonaro publicou na
manhã desta Quarta-Feira de Cinzas uma pergunta: “O que é golden shower?”
Não ponha seu lixo em terrenos baldios
“Acho que tem mais praticante do que pessoas que conhecem a
terminologia”, afirmou aos risos o líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP),
sobre o fetiche de urinar na frente de um parceiro ou sobre ele.
O senador disse acreditar que a intenção de Bolsonaro era chamar a
atenção “para essas coisas sem limites”.
“O objetivo dele foi dizer que parcela da população perdeu seus limites
morais, de cidadania. Vai muito no estilo Jair Bolsonaro de comunicação. Ele
simplesmente vem mantendo o estilo de comunicação direta”, afirmou Olímpio,
para quem não houve quebra de decoro e as publicações não são uma cortina de
fumaça para as críticas de que Bolsonaro foi alvo durante o Carnaval em várias
cidades.
Filipe Garcia Martins, assessor especial internacional do Palácio do
Planalto, evocou o ex-presidente americano Theodore Roosevelt para argumentar
que Bolsonaro recorreu ao “bully pulpit” (púlpito intimidador, em tradução
livre) para postar o vídeo nas redes. O termo se refere a um palanque de
destaque para se manifestar e ser ouvido, no caso a rede social em que o
presidente tem 3,47 milhões de seguidores.
“Theodore Roosevelt dizia que a Presidência da República é um ‘bully
pulpit’, uma posição pública que permite falar com clareza e com força sobre
qualquer problema. Foi o que o Presidente @jairbolsonaro fez ao expor o estado
de degeneração que tomou nossas ruas nos últimos dias”, escreveu Martins.
“Se uma mulher se ajoelhasse para um homem heterossexual e este fizesse xixi
na cabeça dela, as feminazis diriam que se trata de subjugar a mulher. Sendo um
gay, pode?? Pois é, o problema não está no delito, mas Presidente ter
compartilhado… Sei….”, escreveu a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) em sua conta
no Twitter.
Por Yahoo Notícias, em 06/03/2019. Atualizada em 07/03/2019
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