Lula:
condenação no caso do sítio é afronta ao STF

Ex-presidente Lula (Foto: Felipe Gonçalves/247 | Sylvio
Sirangelo/TRF4 | PF)
O ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva afirmou que a decisão do Tribunal Regional Federal (TRF4)
de aumentar a pena dele de 12 anos e 11 meses de prisão para 17 anos, 1 mês e
10 dias de reclusão no processo do Sítio em Atibaia (SP) foi uma maneira de o
órgão "afrontar" o Supremo Tribunal Federal. Seu relato foi publicado
na Coluna de Bela Megale.
A condenação imposta pelo TRF4, de
Porto Alegre (RS), contraria decisões do STF que já anularam condenações na
Operação Lava Jato alegando que os depoimentos finais devem ser prestados por
réus e não por delatores.
O curioso é que, em julho deste ano, o Intercept Brasil
e Veja denunciaram que o relator da Lava Jato no TRF-4, João
Pedro Gebran Neto, teve conversas impróprias com procuradores do Ministério
Público Federal (MPF-PR). Em um dos diálogos, o procurador Deltan Dallagnol
cita "encontros fortuitos" com Gebran para negociar a condenação de
réus.
"Falei com ele umas duas vezes,
em encontros fortuitos, e ele mostrou preocupação em relação à prova de autoria
sobre Assad…", afirmou Dallagnol ao procurador Carlos Augusto da Silva
Cazarré, da força-tarefa da Procuradoria Regional da República da 4ª Região,
que atua junto ao TRF4.
Dallagnol pediu ao colega que não
comente com Gebran o episódio do encontro fortuito "para evitar
ruído”.
Outro detalhe é que o jornalista do
Intercept Leandro Demori destacou no Twitter que "Gebran Neto é amigo de
Sérgio Moro, de quem foi colega de mestrado na Universidade Federal do Paraná,
no início dos anos 2000. Os dois foram orientados pelo mesmo professor,
Clèmerson Merlin Clève".
"Na seção de agradecimentos do
livro A Aplicação Imediata dos Direitos e Garantias Individuais, com base na
sua tese de mestrado, Gebran descreve Moro como um 'homem culto e
perspicaz'", complementou.
Por Brasil 247, publicado em 28.11.2019, às 08h37
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