Suspeito de
matar Marielle recebia parte dos salários da rachadinha do clã Bolsonaro
No documento em que pediu à
Justiça os mandados de busca e apreensão, o Ministério Público do Rio afirma
que o chefe da milícia Escritório do Crime, o ex-PM Adriano Magalhães da
Nóbrega, ficava com parte dos valores arrecadados na "rachadinha" no
gabinete de Flávio Bolsonaro à época em que ele era deputado estadual.
O Escritório do Crime, que
atua em Rio das Pedras, na zona oeste do Rio de Janeiro, é apontado pela
Polícia Civil do Rio e pela promotoria como responsável pela morte da vereadora
Marielle Franco (PSOL), em março de 2018. Adriano está foragido da Justiça.
De acordo com o Grupo de
Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc), diálogos de WhatsApp da
ex-mulher do miliciano, Danielle Mendonça da Costa, com o ex-assessor Fabrício
Queiroz — apontado como operador financeiro no esquema do gabinete de Flávio —
e com Adriano mostram que o chefe do Escritório do Crimes tentou manter sua
ex-esposa no cargo e admitiu que era beneficiado por parte dos recursos
desviados por parentes dele também nomeados na Assembleia Legislativa do Rio
(Alerj).
Em conversa no dia 6 de
janeiro, Danielle relata a Adriano problemas financeiros e ele se compromete a
ajudar com "um complemento". Nessa mesma conversa, o ex-PM afirma que
"contava com o que vinha do seu também", indicando que recebia parte
dos valores oriundos de rachadinha no gabinete de Flávio. O MP não revela,
contudo, o quanto Adriano teria embolsado.
Do Rio de Janeiro, por Brasil 247, publicado
em 19.12.2019, às 16h32
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