Extinção de municípios não é
"ponto de honra", diz Bolsonaro
![Presidente Jair Bolsonaro cumprimenta turistas no Palácio da Alvorada](http://imagens.ebc.com.br/CvSTQCE0o4HhuLkdXZE5WE6S-nc=/1140x760/smart/http://agenciabrasil.ebc.com.br/sites/default/files/thumbnails/image/antcrz_041219_81t61303975.jpg?itok=s_KxF3uo)
Decisão
caberá aos parlamentares sobre a PEC nº 188
(Foto: Antônio Cruz/Arquivo/Agência Brasil)
(Foto: Antônio Cruz/Arquivo/Agência Brasil)
O
presidente Jair Bolsonaro afirmou hoje (4) que caberá ao Congresso
Nacional decidir se mantém ou não o dispositivo que prevê a extinção de
municípios na Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 188, em
tramitação no Legislativo. Segundo o presidente, esse não é um "ponto de honra"
da proposta que vem sendo chamada de PEC do pacto federativo.
"Um
município que arrecada R$ 1 mil por mês, [mas] tem uma despesa de R$ 10 mil, é
um município deficitário. Agora, não é ponto de honra, não. O Congresso
tem liberdade", afirmou a jornalistas, pela manhã, em frente ao
Palácio do Alvorada, residência oficial do presidente.
A PEC do Pacto Federativo foi enviada pelo
governo ao Congresso no mês passado. Entre as mudanças, a medida propõe a
extinção de municípios que não atingirem, em 2023, o limite de 10% dos impostos
sobre as receitas totais e que tenham população de até cinco mil habitantes.
Porém, desde que chegou ao Senado, onde começou a tramitação, o texto e os
critérios propostos recebeu críticas de organizações como a Confederação
Nacional dos Municípios (CNM) que realizou um estudo sobre a proposta.
De acordo
com o levantamento, os municípios com até 50 mil habitantes correspondem a
87,9% do território e respondem por parte da produção brasileira. Os
que têm população de até cinco mil habitantes totalizam 1.252, o equivalente a
22,5% das cidades. Desses, 1.217 (97%) não atingiriam o limite de 10% dos
impostos sobre suas receitas totais. Desde ontem (3), cerca
de mil prefeitos estão em Brasília para tratar de demandas das cidades. Eles pressionam o
Congresso para não aprovar a extinção de municípios.
Para
Bolsonaro, a fusão de municípios poderá ajudar na melhor aplicação de recursos
públicos. "Se o município tem renda própria vai continuar sem problema
nenhum. Mas tem município que [a renda] não dá pra pagar a folha de
vereadores. Eu não quero tirar emprego de vereador, mas não dá. Complicou a
situação, vamos facilitar. Dá para, ao fundir, ter um pouco mais
de recurso e aplicar no que interessa no município. Não é perseguir vereador
nem prefeito. E não vai ser extinto o município, ele vai ser incorporado
por outro. Alguns acham que vai ser feita ali uma derrubada. Não, vai ser um
distrito de um [outro] município ali."
Novo
partido
Bolsonaro
também comentou sobre a decisão do do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que reconheceu a viabilidade de assinaturas eletrônicas, para a criação de novos partidos políticos. A mudança pode ter impacto na criação
do Aliança pelo Brasil, novo partido do presidente, que pretende agilizar o
processo de obtenção de registro do partido por meio de certificados
digitais.
"Eu
vou tomar conhecimento hoje como é que fica a tal da modulação, se é
muito complexo ou não essa coleta de assinatura digital pela biometria. Tem que
saber como é que funciona isso. Se não for muito complexo acho que a gente
forma um partido em menos de um mês", afirmou. Apesar da decisão do TSE,
não há prazo para que a Justiça Eleitoral possa criar aplicativos e programas
de computador para efetivar a decisão, que ainda precisará ser regulamentada
para passar a ter validade. Segundo a presidente do tribunal, Rosa
Weber, as soluções não estarão prontas para as eleições municipais de 2020.
Para que
possa disputar as eleições municipais no ano que vem, o partido de Bolsonaro
precisa estar homologado no TSE até o final de março, com cerca de 500 mil
assinaturas, em pelo menos nove estados do país, coletadas e validadas pela
Justiça. Na avaliação do presidente, sem uma ferramenta digital, dificilmente a
legenda conseguirá cumprir este prazo. "Se for no braço, a gente não vai
conseguir formar o partido. Isso é certeza. Não depende apenas de colher
assinatura, mas da conferência depois", disse.
De Brasília,
por Pedro Rafael Vilela, repórter da Agência Brasil publicado
em 04/12/2019, às 11h09
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