Volta das
filas é crueldade com os trabalhadores, diz Luiz Marinho
Ex-prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (Foto: Divulgação)
Em 2020, o
trabalhador voltou a enfrentar um problema que parecia superado, com filas nos
postos do INSS por todo o país. Desde a aprovação da “reforma” da
Previdência, que restringiu o acesso às aposentadorias, nenhum benefício foi
concedido. Já são cerca de 2 milhões de pedidos, entre aposentadorias e
pensões, que aguardam análise. O governo Bolsonaro deve anunciar medidas nesta
quarta-feira (15), mas reconhece que a fila não deve ser normalizada pelo menos
até junho deste ano.
Segundo o ex-prefeito de São Bernardo,
Luiz Marinho, que foi ministro da Previdência Social no segundo governo Lula (2007-2010),
trata-se de um problema solucionado há mais de dez anos, quando o governo
investiu na qualidade do atendimento prestado à população. Agora, a demora na
análise da concessão de benefícios decorre, segundo ele, de uma política de
desmonte da Previdência, que inclui a redução no número de funcionários e no
tempo de atendimento das agências.
A situação pode se agravar ainda mais,
já que o governo Bolsonaro anunciou o fechamento de 20 filiais da Dataprev,
empresa pública que presta serviço de tecnologia da informação para o INSS, com
a demissão de 493 funcionários, o que representa 15% do total de servidores. O
governo já anunciou a intenção de promover a privatização da Dataprev, já
incluída no Programa Nacional de Desestatização, o que colocaria em risco o
sigilo dos dados de milhões de brasileiros.
“Chegamos a conceder
em 30 minutos a aposentadoria. Eliminamos as filas, tudo funcionava. O que está
acontecendo nesse momento é uma crueldade com o povo trabalhador que precisa
dos serviços da Previdência. Demitiram, encurtaram o atendimento, não fazem
concurso. Estão precarizando as condições de trabalho dos servidores e
sacrificando o cidadão”, afirmou Marinho ao jornalista Glauco Faria, para o Jornal
Brasil Atual, nesta quarta-feira (14).
Da Rede Brasil Atual, publicado em Brasil 247, em
15.01.2020, às 09h57
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