quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Internacional

Avião pegou fogo e tentava voltar ao aeroporto quando caiu, aponta relatório
 
Destroços do Boeing 737 da Ukraine International Airlines que caiu em Teerã, 
em 8 de janeiro de 2020 (Foto: AP Photo/Ebrahim Noroozi)
O Boing 737 ucraniano pegou fogo antes de cair e tentava retornar ao aeroporto de Teerã, no Irã. As informações constam em um relatório inicial da Organização da Aviação Civil iraniana, divulgado nesta quinta-feira (9). Todas 176 pessoas, entre passageiros e tripulantes, que estavam a bordo da aeronave morreram.
 “O avião que se dirigia, a princípio, para o oeste para sair da zona do aeroporto, girou para a direita, devido a um problema e estava no caminho de regresso ao aeroporto quando caiu”, explicou o autoridade iraniana de aviação civil.
Os relatos de testemunhas que presenciaram momentos antes da queda também confirmam a existência de chamas na aeronave. Essas testemunhas, ouvidas pelo órgão, acompanharam a decolagem do avião ou estavam em uma outra aeronave que voava a maior altitude do que o Boeing.
Um vídeo captou momentos antes da queda do Boing e mostram uma bola de fogo cruzando o céu iraniano antes de cair, provocando uma explosão.
O Boeing 737-800 da Ukraine International Airlines com destino a Kiev, caiu sobre terras agrícolas em Khalaj Abad, no distrito de Shahriar, cerca de 45 quilômetros a noroeste do aeroporto internacional Imã Khomeini de Teerã.
Ao todo, as 176 pessoas - entre passageiros e tripulantes - que estavam a bordo morreram. As vítimas eram de 7 nacionalidades diferentes.
A queda
O voo PS 752 da Ukraine International Airlines (UIA) decolou às 6h10 (23h40 no horário de Brasília) do aeroporto Imã Khomeini de Teerã rumo ao aeroporto Boryspyl de Kiev. Caiu pouco tempo depois.
Segundo a diplomacia ucraniana, a bordo do Boeing seguiam 82 iranianos, 63 canadenses, dez suecos, quatro afegãos, três alemães, três britânicos e 11 ucranianos, incluindo os nove membros da tripulação.
A Ukraine International Airlines disse que a aeronave foi fabricada em 2016 e passou pela última vistoria técnica há dois dias. Ela não deu detalhes dos motivos do acidente. Na manhã de quarta-feira (8), o órgão da aviação civil iraniana divulgou que não irá entregar as caixas-pretas aos Estados Unidos ou à Boing.
Declarações preliminares das autoridades iranianas sugeriram uma pane técnica. Nessa mesma direção, a embaixada da Ucrânia no Irã culpou "uma falha no motor, devido a razões técnicas", dizendo excluir "a tese de um ataque terrorista". Na sequência, esse trecho foi retirado de seu comunicado à imprensa.
Mais
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, advertiu para o risco de qualquer "especulação" e disse que confiou ao procurador-geral da Ucrânia a abertura de um processo para investigar o desastre.
A Organização da Aviação Civil do Irã anunciou que não entregará aos Estados Unidos as caixas-pretas do Boeing 737 que caiu hoje.
O acidente ocorreu logo após Teerã disparar 22 mísseis contra bases usadas pelo Exército dos Estados Unidos no Iraque, em resposta ao assassinato por parte de Washington do poderoso general iraniano Qasem Soleimani, na sexta-feira passada (3), em Bagdá.
Após este ataque, a Agência Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) proibiu, na terça-feira à noite (7), os aviões civis americanos de sobrevoarem o Iraque, o Irã e o Golfo.
Da Redação de Yahoo Notícias, em 09/01/2020

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