Comandada por Moro, PF traz
delação contra Witzel, inimigo de Bolsonaro
Governador do Rio, Wilson Witzel na mira da PF (Foto: Divulgação/Agência Brasil)
O
governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, foi citado em uma delação premiada
no âmbito da Operação Calvário, que mira em um suposto esquema de corrupção na
Paraíba e abriu frentes de investigação na política do Rio e de São Paulo.
Um acordo de colaboração premiada
citou um suposto caixa dois de R$ 115 mil à campanha do chefe do Executivo
fluminense, além de propinas aos ex-deputados Cândido Vaccarezza (Avante) e
Leonardo Picciani (MDB), que envolveram o lobista Jorge Luz, delator da
Operação Lava Jato.
Robson dos Santos França, o
Robinho, então assessor do senador Arolde de Oliveira, ex-secretário de
Transportes do Rio, apresentou-se como intermediário e arrecadador da
candidatura. "Me recordo que naquele ano, Robson me ajudou a receber de
maneira mais célere créditos junto àquela Secretaria", afirmou. Os relatos
foram publicados no jornal O Estado de S. Paulo.
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Em delação, o lobista Jorge Luz
disse ter estabelecido uma "relação de confiança" com Robson, e teria
tratado "em diversos períodos eleitorais sobre ajuda financeira".
"Assim aconteceu à época em que ele trabalhou nas campanhas do Arolde de
Oliveira à deputado federal e, ainda, quando ele trabalhou na campanha do
Antônio Pedro Índio da Costa à Prefeitura do Rio de Janeiro no ano de 2016,
logo após assessorá-lo na Secretaria Municipal de Urbanismo, Infraestrutura e
Habitação da Prefeitura no governo de Marcelo Crivella".
Em outubro de 2018, no segundo
turno, o delator afirmou que foi procurado por Robson, que pediu recursos à
campanha de Witzel. "Ouvi Robinho pedir a Daniel uma ajudar maior para a
campanha de Wilson Witzel (ou seja, mais dinheiro), que ele seria muito grato,
pois estava na reta final da campanha e precisando muito de recursos",
narra.
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O Núcleo de Imprensa do governo
do Rio afirmou que "Robson dos Santos França, assessor do senador Arolde
de Oliveira citado na referida delação, não trabalhou na campanha do governador
Wilson Witzel; todas as informações sobre a campanha foram prestadas à Justiça
Eleitoral e as contas foram aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral; a
campanha de Wilson Witzel não teve caixa dois e o governador condena tais práticas".
O envolvimento do nome de Witzel
acontece em um momento de tensão entre ele e Jair Bolsonaro. O presidente vem
acusando o governador do Rio de ter envolvido seu nome e o de seus filhos na
investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro sobre o assassinato da
vereadora Marielle Franco, além de ter vazado informações. Há ainda uma disputa
eleitoral, uma vez que Witzel também quer concorrer à presidência em 2022.
De Brasília, por Brasil 247, publicado em
10/01/2020, às 19h02
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