Congresso Nacional (Foto: Divulgação)
A classe trabalhadora brasileira
acumulou muitas derrotas em 2019, a principal delas a aprovação da reforma da
Previdência, que restringe o acesso e reduz o valores das aposentadorias. Para
2020, são pelos menos outros 20 projetos legislativos, segundo o Departamento
Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), a serem votados no Congresso
Nacional, que são de interesse do governo Bolsonaro e atacam direitos dos
servidores públicos e trabalhadores da iniciativa privada, como, por exemplo,
os jovens que estão na busca pelo primeiro emprego.
Assim que voltarem do recesso,
deputados e senadores devem apreciar o chamado Plano Mais Brasil, Proposta de
Emenda à Constituição (PEC) que prevê alterações na divisão de recursos entre
União, estados e municípios. Os parlamentares também devem votar a chamada PEC
Emergencial, que impõe gatilhos para o caso de crise financeira na União,
estados e municípios, proibindo, por exemplo, endividamento público para pagar
as despesas correntes como os salários do funcionalismo público, benefícios,
contas de energia e custeios similares. Há ainda a PEC 438/18, que também prevê
o controle sobre despesas públicas obrigatórias.
“Vai
possibilitar a redução do salário dos servidores públicos. Outro efeito ainda
mais nocivo é a possibilidade de demissão de servidores a partir de novos
mecanismos de avaliação por insuficiência de desempenho”, explica o analista do
Diap Neuriberg Dias, em entrevista à repórter Camila Piacese, para o Seu
Jornal, da TVT. “Dentro dessa reforma administrativa, tem alguns assuntos bem
complicados de serem discutidos, como a reestruturação das carreiras do Poder
Executivo, a questão da demissão dos servidores públicos, o fim da
estabilidade. É a rediscussão do Estado brasileiro e das suas capacidades em
fazer a política pública”, analisa o cientista político Enrico Ribeiro.
Outro tema que deve ir à votação no
primeiro semestre é a Medida Provisória (MP) 905, que cria a carteira de
trabalho verde e amarela. Por essa modalidade de contratação, jovens de 18 a 29
anos receberão até um salário mínimo e meio. Além do limite na remuneração, a
MP prevê a redução do recolhimento do Fundo de Garantia e a multa em caso de
demissão, cobra contribuição previdenciária de 7,5% do seguro- desemprego do
trabalhador desempregado, elimina pagamento por jornadas em dias e horários
extraordinários, inclusive fins de semana, desonerando as empresas das
contribuições previdenciárias.
Também
deve constar na pauta legislativa deste ano a proposta de reforma sindical, que
deve provocar uma “uma mudança estruturante na organização dos sindicatos,
podendo pôr fim ao modelo de unicidade sindical – que prevê sindicato único por
categoria para cada região –, o que enfraqueceria a representação dos
trabalhadores”.
Por Esmael Morais – Blog do Esmael, publicado em 13.01.2020
Nenhum comentário:
Postar um comentário