Dilma veta fim da multa de 10% do FGTS em demissão sem justa causa
A presidente
Dilma Rousseff vetou o projeto de lei que previa a extinção da multa rescisória
de 10% sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) paga pelos
empregadores nas demissões sem justa causa. O texto foi aprovado pelo Senado e,
no início deste mês, aprovado também pela Câmara, quando foi enviado à sanção
da presidente. O veto de Dilma foi publicado nesta quinta-feira (25) no
"Diário Oficial da União".
A contribuição
havia sido criada em 2001 para cobrir rombos nas contas do FGTS provocados
pelos Planos Verão e Collor 1, em 1989 e 1990. De autoria do ex-senador Renato
Casagrande (PSB-ES), atual governador do Espírito Santo, a votação do projeto
gerou divisão na base governista na Câmara. O Palácio do Planalto defendeu que
a base aliada votasse contra o texto, mas algumas bancadas desobedeceram a
orientação.
Na
justificativa para o veto, publicada no DOU, a presidente Dilma disse que
"a sanção do texto levaria à redução de investimentos em importantes
programas sociais e em ações estratégicas de infraestrutura, notadamente
naquelas realizadas por meio do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço - FI-FGTS. Particularmente, a medida impactaria fortemente o
desenvolvimento do Programa Minha Casa, Minha Vida, cujos beneficiários são
majoritariamente os próprios correntistas do FGTS".
Dilma disse
também que a proposta de extinção da multa "não está acompanhada das
estimativas de impacto orçamentário-financeiro e da indicação das devidas
medidas compensatórias, em contrariedade à Lei de Responsabilidade
Fiscal".
Segundo
estimativas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), durante os 11 anos em
que a regra esteve em vigor, os empresários desembolsaram R$ 45,3 bilhões para
reequilibrar as contas do FGTS.
Em fevereiro do
ano passado, o Conselho Curador do FGTS informou ao governo que a conta com os
trabalhadores estava quitada, e o adicional de 10% poderia ser extinto. Mas o
governo manteve a contribuição.
A última
parcela das dívidas geradas com os planos econômicos foi paga em junho de 2012.
A CNI calcula que, entre julho de 2012 e abril de 2013, os empresários tiveram
de arcar com R$ 2,7 bilhões.
Além da multa
rescisória de 10%, o empregador que demite sem justa causa paga ao empregado
indenização equivalente a 40% do saldo do FGTS.
Oposição
Em nota, o líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio (PSDB-SP), disse que vai defender "a derrubada do veto pelo Congresso até o final de agosto". “O veto só comprova a sanha arrecadatória da gestão petista, que, ao invés de cortar gastos com a inchada máquina pública e reduzir o número de ministérios, transfere a responsabilidade para os empregadores", afirmou.
Em nota, o líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio (PSDB-SP), disse que vai defender "a derrubada do veto pelo Congresso até o final de agosto". “O veto só comprova a sanha arrecadatória da gestão petista, que, ao invés de cortar gastos com a inchada máquina pública e reduzir o número de ministérios, transfere a responsabilidade para os empregadores", afirmou.
No dia 11 deste
mês o Congresso aprovou nova regra para apreciação de vetos presidenciais. Pelo
texto, vetos feitos a partir de 1º de julho trancarão a pauta do Congresso 30
dias após serem protocolados. O mecanismo é uma forma de evitar que vetos
presidenciais deixem de ser analisados no Congresso.
Do G1, em Brasília - 5/07/2013 08h48 -
Atualizado em 25/07/2013 13h09
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