Atlético
Mineiro ergue a Taça Libertadores da América
Com as características de sempre, determinação e
garra o Galo mineiro venceu no tempo normal de jogo o Olímpia do Paraguai e,
após uma prorrogação de 30 minutos, empatados em 0 a 0, os brasileiros venceram os guaranys nos
pênaltis por 4 a 3, sagrando-se campeões da Taça Libertadores da América.
Pela segunda vez, jogando em circunstância adversa, mesmo
atuando em casa, precisando vencer por 3 gols de diferença, o Galo mineiro
provou que é o time da garra e da superação, enchendo de orgulho a sua imensa
torcida que já está tornando rotina o grito de guerra “eu acredito”. Com Mineirão
lotado, com público e arrecadação recordes, o Galo só tinha 90 minutos para
fazer dois gols, mas o tempo parecia passar rápido demais e os gols não saiam.
O time adotou, desde o início do jogo, a tática do “abafa”, e neste tipo de
jogo criou algumas boas oportunidades mas sem resultar em gols, durante todo o
primeiro tempo. O Olímpia limitava-se a se defender saindo em esporádicos mas
rápidos e perigosos contra ataques com Barreiro e Silva tendo até uma situação
muito boa a seu favor desperdiçada pelo avante que entrou livre na área mas
chutou mal e fraco, para defesa de Victor e sorte do Galo. Mas a primeira etapa
ficou mesmo com resultado em branco.
Tão logo o juiz Wilmar Roldán encerrou o primeiro
tempo Cuca correu apressado para o vestiário para orientar seu time e proceder
mudanças.
Decidiu logo pela entrada de Rosinei.
Veio o segundo tempo e Atlético começou arrasador e
logo no início, pouco mais de 1 minuto, bola cruzada de Rosinei, furada do defensor
Pittoni, a bola encontrou o oportunista Jô e este não perdoou a falha guarany.
Atlético 1 a 0. A massa alvinegra desengasgou, estufou o peito e soltou o
grito.
Mas ainda faltava um. Só
um... Tão pouco para o ataque que já fez quatro aqui, cinco ali. Mas esse
golzinho que faltava parecia uma enormidade para chegar ao título. Que ruído
era aquele no Mineirão? Era esperança, aflição. Era inexplicável. O Olimpia se
tornou absolutamente coadjuvante. Seus jogadores pareciam cansados à espera de
que o tempo passasse. Eles também tinham fé num milagre para o seu lado. Como
devem ter orado para isso...
Como explicar o chute de Diego
Tardelli, sem goleiro, por cima do gol? Estava impedido, o que alivia o erro
incrível. Ele saiu logo depois, e entrou Guilherme. Substituição também de fé,
de confiança em sua técnica, de superstição de Cuca, de expectativa da torcida que
ele repetisse a semifinal e fizesse o segundo gol salvador.
Se o gol não acontecia para o Galo,
os santos mineiros também conspiravam contra os uruguaios. Como explicar o
escorregão de Ferreyra, sem goleiro, sem ninguém à sua frente? Ele não estava
impedido. Um lance incrível, surreal, que arrancou mais um coro de “Eu
acredito!”. Coro reforçado com a expulsão de Manzur. E era pra acreditar mesmo.
Como explicar que Leonardo Silva tenha precisado de três cabeçadas? Na primeira, não foi possível espichar o travessão para que ela entrasse. Na segunda, não foi possível tirar Martín Silva do caminho. Na terceira não houve trave ou goleiro que impedisse a catarse mineira, o delírio do "uai", a explosão absoluta de alegria. Alegria, alegria, alegria...
Como explicar que Leonardo Silva tenha precisado de três cabeçadas? Na primeira, não foi possível espichar o travessão para que ela entrasse. Na segunda, não foi possível tirar Martín Silva do caminho. Na terceira não houve trave ou goleiro que impedisse a catarse mineira, o delírio do "uai", a explosão absoluta de alegria. Alegria, alegria, alegria...
O Galo tinha um jogador a mais, 56
mil torcedores a mais e 30 minutos mais para entrar na história.
Veio a
prorrogação. O Olímpia era o goleiro e mais nove na defesa, contra a paciência
do Galo, que virava para cá, para lá, achava espaços. A bola aérea era um
trunfo. Réver acertou o travessão. “O Galo é o time da virada, o Galo é o time
do amor!”, gritava a torcida. Josué era aquele jogador! De repente ele dispara
aquele “chutaço”, para mais uma grande defesa do ótimo Martín Silva, uruguaio
ícone da resistência paraguaia.
Para eles, valia puxar o braço do
Victor, ir direto ao corpo de Bernard... Valia tudo. O Olimpia queria de qualquer
forma ir aos pênaltis.
Cuca já estava sem agasalho. Sem ar. Sem unhas. O Galo não pressionou como se esperava. Bravos paraguaios, valorosos. Bernard desabou, sem a menor condição de jogar. Mas voltou. Falta para o Olimpia. Igualzinha àquela em Assunção. No mesmo lugar, no mesmo pé direito de Pittoni. Alecsandro dessa vez não correu para o gol. A bola saiu. Como os paraguaios queriam, não deu outra. Pênaltis. De novo!
Cuca já estava sem agasalho. Sem ar. Sem unhas. O Galo não pressionou como se esperava. Bravos paraguaios, valorosos. Bernard desabou, sem a menor condição de jogar. Mas voltou. Falta para o Olimpia. Igualzinha àquela em Assunção. No mesmo lugar, no mesmo pé direito de Pittoni. Alecsandro dessa vez não correu para o gol. A bola saiu. Como os paraguaios queriam, não deu outra. Pênaltis. De novo!
Todas as orações a Victor. Todas. Até
Miranda parecia devoto. O zagueiro abriu as cobranças tão mal... Como se o
goleiro precisasse de ajuda. Pegou no meio do gol. Alecsandro pensou, olhou,
bateu com perfeição e reverenciou o público. Ferreyra também bateu mal, mas
fez. Era a vez de Guilherme, o talismã. Categoria pura. Galo na frente!
Candía bateu no meio. Fez o simples,
fez o gol. Jô não perdoou. Gols em decisões por pênaltis não contam na
artilharia do torneio. Nem precisou. Na cobrança de Aranda, São Victor mal viu
a bola. Indefensável. Assim como o chute de Léo Silva, zagueiro que tem calma
de centroavante para botar a bola na rede.
Se Giménez errar... Se São Victor
pegar, o Galo é campeão. Se a bola não entrar, o Galo é campeão. Era esse o
cenário no Mineirão quando Giménez tomou distância. A torcida sabia que
acabaria ali. A bola acertou o travessão, acertou o coração de milhares,
milhões de atleticanos. Milhões de campeões. Valeu a pena acreditar! Depois foi
só comemorar. Galo Campeão da Taça Libertadores da América.
Texto: Hercos - (Fotos: Ag.Reuters)
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