Instituto
Butantã entrega ao Ministério da Saúde primeiro lote da vacina contra o HPV
O
Instituto Butantã entregou ontem, (10/01) ao Ministério da Saúde o primeiro
lote da vacina contra o papiloma vírus (HPV), que previne contra o câncer de
colo de útero. São 4 milhões de doses que começarão a ser distribuídos
gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de março, informou o
ministro Alexandre Padilha. O objetivo é vacinar este ano cerca de 5 milhões de
meninas entre 11 e 13 anos de idade. Caberá a cada município definir a sua
estratégia de vacinação.
“Essa
é a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) [vacinar adolescentes
maiores de 11 anos]. Ela demonstrou que, neste público, a vacina tem um efeito
bastante protetor, não só para as meninas, mas também para os homens, porque
reduz o número de mulheres com HPV. Como é um vírus transmitido sexualmente, ao
reduzi-lo entre as mulheres, além de protegê-las, também se reduz a transmissão
para os homens”, disse Padilha, após participar de evento na tarde de ontem, sexta-feira,
no Instituto Butantã.
A
vacina é resultado de uma parceria entre o Instituto Butantã e o laboratório
Merck Sharp & Dohme (MSD), atual produtor da vacina, que vai transferir a
tecnologia para a produção nacional. O Ministério da Saúde investiu R$ 465
milhões na compra de 15 milhões de doses para este ano, quantidade suficiente
para imunizar 5 milhões de pré-adolescentes.
A
vacina que será distribuída na rede pública de saúde é a quadrivalente. Segundo
o laboratório MSD, ela previne contra quatro tipos de HPV, dos tipos 6 e 11,
responsáveis por verrugas genitais, e dos tipos 16 e 18, que podem causar
lesões pré-cancerosas e cânceres de colo do útero, vagina, vulva e ânus. Os
quatro tipos respondem por 70% dos casos de câncer de colo de útero em
mulheres.
De
acordo com o ministério, o câncer de colo de útero é o segundo tipo de tumor
que mais atinge as mulheres, superado apenas pelo câncer de mama. Em 2011,
5.160 mulheres morreram em decorrência da doença no Brasil.
Para
estar imunizada contra o HPV, cada menina receberá três doses da vacina: a
segunda dose deve ocorrer dois meses após a primeira. E a terceira, seis meses
depois. Durante cinco anos, o ministério vai investir R$ 1,1 bilhão na compra
de 36 milhões de doses da vacina e, a partir daí, ela passará a ser produzida
pelo Butantã.
“Ao
mesmo tempo que trouxemos as vacinas prontas, já começamos a treinar como
manipular as vacinas e os controles de qualidade e demais etapas. Iremos do fim
para o começo, fazendo o envase, a formulação, a reconstituição de vírus e
depois as fermentações. Acreditamos que, em cinco anos, consigamos dominar o
processo”, explicou o diretor do Instituto Butantã, Jorge Kalil. Um laboratório
será construído em uma área do instituto para comportar a produção da vacina.
Segundo
o ministério, a parceria e o acordo de transferência de tecnologia entre os
dois laboratórios possibilitaram uma economia de R$ 78 milhões na compra da
vacina este ano. Cada dose custará R$ 30. “Hoje, uma família que for pagar pela
vacina vai desembolsar R$ 1 mil pelas três doses. Com a incorporação pelo
Ministério da Saúde, a vacina passará a ser distribuída de graça para essa
faixa etária, que é recomendada pela Organização Mundial da Saúde”, disse
Padilha.
Com a parceria, o faturamento
do Instituto Butantã triplicará em cinco anos, passando dos R$ 348 milhões em
2013 para R$ 1,1 bilhão em 2018. No próximo ano, a vacina também deverá ser
ofertada a meninas de 9 anos e 10 anos
São Paulo – Elaine Patrícia Cruz, da Agência
Brasil - 10/01/2014- 21h33, atualizada
em 11/01/2014 às 09h05
Nenhum comentário:
Postar um comentário