Eduardo Azeredo
renuncia a mandato de deputado federal
Em clima de surpresa para quase todos os parlamentares, o
deputado Eduardo Azeredo renunciou hoje (19) ao mandato na Câmara dos
Deputados. A carta, entregue pelo filho de Azeredo, Renato Azeredo, no início
da tarde, foi lida em plenário, minutos depois, oficializando o afastamento do
político, réu na Ação Penal 536, o processo do mensalão mineiro.
No processo em análise do Supremo Tribunal Federal (STF),
Azeredo foi apontado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot ,
como o “maestro” no suposto esquema. Janot afirma que o tucano desviava recursos
públicos em benefício próprio para financiar sua campanha política. E pede que
o ex-deputado seja condenado a 22 anos de prisão pelos crimes de peculato
e lavagem de dinheiro.
Eduardo Azeredo não veio para Brasília. Na carta, ele afirma
que as pessoas que assumem a atividade política estão vulneráveis a situações
ditadas por ataques, pressões e interesses de adversários.
“Uma tragédia desabou sobre mim e minha família, arrasando o
meu nome e a minha reputação”, destacou. Segundo ele, as acusações feitas a ele
foram baseadas em testemunhos e documentos falsos.
Eduardo Azeredo disse, no documento, que a contratação da
agência de Marcos Valério, foi uma “infeliz coincidência” que o colocou em
situação de suspeita e garantiu que não é culpado de nenhum ato de peculato.
“Não fiz empréstimo fictício para minha campanha de reeleição ao governo de
Minas, em 1998”, completa.
O presidente nacional do PSDB e senador, Aécio Neves (MG), que, ainda pela manhã dizia que apenas tinha “ouvido falar sobre a renúncia”, tentou afastar qualquer rumor de que a decisão tivesse sofrido qualquer pressão do partido que disputa o processo eleitoral deste ano. "Que eu saiba não foi nenhuma [pressão do PSDB]. Foi uma decisão de foro íntimo que tem de ser respeitada".
O presidente nacional do PSDB e senador, Aécio Neves (MG), que, ainda pela manhã dizia que apenas tinha “ouvido falar sobre a renúncia”, tentou afastar qualquer rumor de que a decisão tivesse sofrido qualquer pressão do partido que disputa o processo eleitoral deste ano. "Que eu saiba não foi nenhuma [pressão do PSDB]. Foi uma decisão de foro íntimo que tem de ser respeitada".
Aécio Neves ainda acrescentou que Azeredo “é conhecido e
reconhecido em Minas Gerais como homem de bem” e que sua decisão não provocará
qualquer influência nas campanhas do partido.
Por duas vezes, ao longo das últimas semanas, Eduardo Azeredo
ameaçou se manifestar no plenário sobre as acusações feitas no processo, mas
cancelou os dois pronunciamentos. O presidente do partido em Minas Gerais,
deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), daria hoje (19) uma declaração sobre a
situação do ex colega e leria parte do pronunciamento de Azeredo.
Com a leitura da carta de renúncia, que ainda será publicada
no Diário Oficial do Congresso Nacional, a vaga de Azeredo deverá ser
ocupada pelo deputado João Bittar (DEM-MG), que hoje é suplente em exercício e
será efetivado, segundo informou a Secretaria-Geral da Mesa Diretora. A vaga de
Bittar passa a ser ocupada pelo deputado Ruy Muniz (DEM-MG) ou por Edmar
Moreira (PR-MG), que ficou conhecido por ter um castelo de R$ 25 milhões no
interior de Minas Gerais registrado em nome dos filhos.
De Brasília, Carolina Gonçalves* -
Repórter da Agência Brasil - 19/02/2014 14h23
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