Copom eleva Selic para
11% ao ano, maior nível desde janeiro de 2011
Pela nona vez seguida, o Banco Central (BC) reajustou os
juros básicos da economia. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária
(Copom) aumentou a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 11% ao ano. É o
maior nível desde janeiro de 2011, época em que a presidenta Dilma Rousseff
tomou posse, quando a taxa estava em 10,75% ao ano.
Em agosto daquele ano, a taxa passou a ser reduzida
sucessivamente pelo Copom até atingir 7,25% ao ano em outubro de 2012, o menor
patamar da história. A Selic foi mantida nesse nível até abril de 2013, quando
o Copom iniciou um novo ciclo de alta nos juros básicos para conter a inflação.
Em nota, o Copom informou que vai acompanhar a evolução da
economia antes de tomar qualquer decisão sobre uma eventual mudança na política
de juros. "O comitê vai monitorar a evolução do cenário macroeconômico até
sua próxima reunião [em 27 e 28 de maio], para então definir os próximos passos
na sua estratégia de política monetária", destacou o comunicado.
A taxa Selic é o principal instrumento do BC para manter a
inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA), dentro da meta estabelecida pela equipe econômica. De acordo com o
Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação corresponde a 4,5%
(centro da meta), com margem de tolerância de 2 pontos percentuais, podendo
variar entre 2,5% (piso da meta) e 6,5% (teto da meta).
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), o IPCA acumulado em 12 meses estava em 5,68% até fevereiro, alta em
relação aos 5,59% acumulados até janeiro. Mesmo assim, o índice acumulado
desacelerou na comparação com junho, quando chegou a 6,7% e superou o teto da
meta de inflação do governo. De acordo com o boletim Focus, pesquisa
semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, o IPCA encerrará
2014 em 6,3%. A estimativa foi elevada pela quarta semana seguida.
Por outro lado, o aumento da taxa Selic prejudica o
reaquecimento da economia, que cresceu 2,3% no ano passado e ainda está sob o
efeito de estímulos do governo, como desonerações e crédito barato. De acordo
com o Focus, os analistas econômicos projetam crescimento de 1,69% do
Produto Interno Bruto (PIB) em 2014.
A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema
Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as
demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la, o Banco Central contém o
excesso de demanda, que se reflete no aumento de preços, porque os juros mais
altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Ao reduzir os juros básicos,
o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o
controle sobre a inflação.
De Brasília, Wellton
Máximo – Agência Brasil, em 02/04/2014, às 20h17
Nenhum comentário:
Postar um comentário