Sem CPMF,
seguro-desemprego e abono salarial estão em risco, adverte Levy
Levy: CPMF permite que seguro-desemprego e abono salarial
sejam protegidos.
(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
A não aprovação da Contribuição
Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) põe em risco programas de
proteção ao trabalhador, como o seguro-desemprego e o abono salarial, afirmou,
há pouco, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Ele participa de audiência
pública no plenário da Câmara dos Deputados, transformada em Comissão Geral, e
respondeu a diversos líderes partidários que disseram duvidar da aprovação do
tributo.
“Se não tiver a CPMF, existe um
certo risco de programas importantes, como o seguro-desemprego e a proteção ao
trabalhador, virem a ter risco. A CPMF permite que o seguro-desemprego esteja
protegido, como também o abono salarial. Como vamos pagar, se não houver
receitas?”, questionou o ministro.
O ministro criticou ainda a
proposta, expressa por diversos economistas, de que o Banco Central interrompa
o aumento dos juros para impedir a explosão da dívida pública. Segundo Levy, a
situação de dominância fiscal, quando os aumentos de juros tornam-se
insuficientes para segurar a inflação por causa do desequilíbrio das contas
públicas, só pode ser combatida por meio do ajuste fiscal.
“A dominância fiscal acontece
quando a gente vê que o Orçamento está desorganizado e é difícil segurar a
inflação. Não é problema de política monetária. É quando o governo não consegue
manter o Orçamento em ordem. A gente vence a dominância fiscal, não soltando os
juros, mas acertando o fiscal, que atende às necessidades para o Brasil voltar
a crescer”, defendeu Levy.
O ministro disse que o cuidado
para que a dívida pública não fuja do controle é essencial, porque a maioria
dos fundos de investimento investe até 90% da carteira em papéis do Tesouro
Nacional. Ele ressaltou que o ajuste fiscal proposto pelo governo tem como
objetivo impedir a explosão do endividamento do governo.
“É por isso que temos de cuidar
da dívida do Tesouro. É dinheiro da sua família e de investidores estrangeiros
investidos em títulos do Tesouro Nacional. Esses papéis de longo prazo têm
financiado o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] nos
últimos anos. A dívida pública azeita e faz funcionar a economia. Há 200 anos,
descobriu-se que a dívida pública sólida é fundamental para o desenvolvimento.
Por isso, ter o [resultado] fiscal em ordem é essencial para o crescimento
econômico”, afirmou Levy.
De Brasília, Wellton Máximo – Repórter da
Agência Brasil, 14/10/2015, 21h52, atualizada em 15/10/2015
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