Na Suécia, Dilma diz
que "Levy fica" no Ministério da Fazenda
Presidenta Dilma
Rousseff concede entrevista à imprensa em Estocolmo
e diz que o ministro
Joaquim Levy fica no governo
(Foto: Roberto Stuckert
Filho/PR)
A presidenta Dilma Rousseff disse
hoje, (ontem, 18), que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, permanece no
governo. "O ministro Levy fica. Nem se toca nesse assunto”, disse em
entrevista coletiva em Estocolmo, na Suécia, ao ser perguntada sobre especulações
publicadas na imprensa nos últimos dias de que o ministro deixaria o cargo.
"Se ele [Levy] fica, é porque concordamos com a política econômica dele.
Não tinha nenhuma insatisfação dele. Eu não sei como é que saem essas
informações, elas são muito danosas”, destacou Dilma Rousseff.
A presidenta disse que, além de
outras medidas que farão parte do ajuste fiscal, estratégias para que o governo
consiga aprovar a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação
Financeira (CPMF) e também a Desvinculação de Receitas da União (DRU), que
permite o governo gastar livremente parte do Orçamento, estão sendo discutidas
com o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, e com o do Planejamento, Nelson
Barbosa. “A CPMF é crucial para o país. Não estamos aumentando impostos porque
queremos, estamos aumentando impostos porque precisamos. A questão da CPMF é a
melhoria macroeconômica do país. Pode ser que nesse momento algumas pessoas não
entendam, mas certamente entenderão quando os efeitos que essa medida produzir
aparecerem”, avaliou Dilma.
Segundo Dilma Rousseff,
“sem a CPMF é muito difícil” que o país alcance o reequilíbrio fiscal e volte a
crescer. “É um grau de dificuldade máximo. Nós precisamos estabilizar as contas
públicas para que o país volte a crescer, para que se perceba que o Brasil tem
uma solidez fiscal”, justificou, reconhecendo que a crise política que o Brasil
atravessa “é um componente da crise econômica” e disse que “é óbvio que a crise
política amplia as condições de bloqueio para sair da crise econômica”, mas
declarou que as duas são igualmente importantes de serem resolvidas. > Continue lendo esta informação, após o merchandising abaixo: >
Cunha
A presidenta não quis comentar
sobre as denúncias de que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) tem contas não declaradas na
Suíça, pelas quais ele teria recebido propina."Eu lamento que seja um
brasileiro", disse Dilma, sobre a repercussão internacional do escândalo
envolvendo o presidente da Câmara. Durante a mesma entrevista, a primeira
concedida na Suécia, primeira etapa de uma viagem pelo norte da Europa que
envolve ainda a Finlândia, Dilma Rousseff negou acusações de que teria feito
qualquer tipo de acordo político com o presidente da Câmara para livrá-lo de
uma cassação de mandato em troca de ele não avançar com a abertura de um
processo de impeachment contra ela.
"Acho fantástica essa
conversa de que o governo está fazendo acordo com quem quer que seja. Até
porque o acordo do Eduardo Cunha não era com o governo, era com a oposição, e é
público e notório. Acho estranho atribuírem ao governo qualquer tipo de acordo
que não seja para passar no Congresso a CPMF, a DRU, as MPs”, afirmou.
Quanto à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que derrubou a interpretação do presidente da Câmara sobre o rito processual de um eventual processo de impeachment disse que “não tinha como se manifestar sobre qualquer questão que ocorre no Legislativo, nem tampouco no Judiciário. "Nós ainda temos de alcançar uma estabilidade política baseada em um acordo no sentido de que os interesses partidários, pessoais, de cada corrente, têm de ser colocados abaixo dos interesses do país", destacou.
Quanto à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que derrubou a interpretação do presidente da Câmara sobre o rito processual de um eventual processo de impeachment disse que “não tinha como se manifestar sobre qualquer questão que ocorre no Legislativo, nem tampouco no Judiciário. "Nós ainda temos de alcançar uma estabilidade política baseada em um acordo no sentido de que os interesses partidários, pessoais, de cada corrente, têm de ser colocados abaixo dos interesses do país", destacou.
A presidenta Dilma Rousseff está
na Suécia, onde terá compromissos oficiais com representantes do governo e
empresários para ampliar cooperação comercial e educacional. De acordo com o
Ministério das Relações Exteriores, mais de 200 empresas suecas atuam no
Brasil, empregando cerca de 70 mil pessoas. No ano passado, as trocas
comerciais entre brasileiros e suecos alcançaram US$ 2 bilhões. Na terça-feira
(20), a presidenta Dilma segue para a Finlândia, onde serão celebradas
parcerias no setor educacional.
De Brasília, Karine Melo
- Repórter da Agência Brasil, 18/10/2015, às 16h23, atualizada em 19/10/2015
(Dr. Luís Henrique Correia Lima de Oliveira)
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