Comissão do Impeachment
aguarda decisão de Lewandowski para votar cronograma
O relator Antonio Anastasia conversa com o presidente da
comissão, Raimundo Lira,e o
ex-advogado-geral da União José Eduardo Cardozo em reunião
para discutir o
cronograma das trabalhos (Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil)
A Comissão Processante do
Impeachment pode encerrar a segunda etapa (chamada fase de pronúncia) do
processo contra a presidente afastada Dilma Rousseff com o julgamento bem antes
da data prevista inicialmente pelo relator Antonio Anastasia (PSDB-MG), que era
2 de agosto. O novo prazo prevê a conclusão desta etapa até o dia 13 de julho.
A nova previsão foi apresentada
hoje (2) pelo relator após presidente do colegiado, senador Raimundo Lira
(PMDB-PB), decidir acatar uma questão de ordem apresentada pela
senadora Simone Tebet (PMDB-MS), na qual, com base no Código de Processo Penal,
ela pede que o prazo para as alegações finais – argumentos expostos após a
apresentação do relatório na comissão – seja reduzido de 15 para cinco dias.
Diante da polêmica e das reações
dos aliados de Dilma Rousseff, Lira decidiu só colocar o cronograma desta etapa
do processo em votação após a manifestação do presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF) Ricardo Lewandowski, sobre o recurso de aliados da presidente
afastada que contestam a decisão que reduziu o prazo. Os recursos sobre essa
decisão serão encaminhados ainda hoje para o ministro. Agora, como presidente
dos próximos julgamentos que forem ao plenário do Senado, ele é o responsável
por dar a palavra final sobre as questões não pacificadas.
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Caso a decisão de encurtar o
prazo para alegações seja mantida, a nova estimativa do relator prevê no dia 4
de julho a leitura relatório sobre o impedimento após análise das provas de
defesa e acusação juntadas ao processo. No dia seguinte – 5 de julho – seria
feita a discussão do parecer e, no dia 6, o documento seria votado na comissão.
Ainda segundo Anastasia, no dia 7 de julho a decisão da comissão seria lida em
plenário, mas a confirmação dessa data depende de um entendimento entre
Lewandowski e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-RN). Se a previsão
do relator se confirmar, a votação em plenário ficaria para 12 e 13 de julho.
Defesa
Presente à reunião, o
ex-advogado-geral da União José Eduardo Cardozo, responsável pela defesa da
presidente afastada, lembrou que, ao definir o rito do processo de impeachment,
ainda na fase da Câmara dos Deputados, o Supremo Tribunal Federal (STF) adotou
como parâmetro o rito adotado em 1992 para o ex-presidente Fernando Collor.
Cardozo argumentou que reduzir o
prazo implicaria em uma violação à decisão do Supremo e à defesa de Dilma. O
advogado disse ainda que a fase de alegações finais é a mais importante do
processo, já que é a manifestação depois que todas as provas já estão reunidas.
De Brasília, Karine Melo
– Repórter da Agência Brasil, 02/06/2016, às 14h39
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