sábado, 8 de julho de 2017

Temer trapalhão

Agência russa critica trapalhada de Temer no G20
  
O presidente Michel Temer desembarcou ontem, sexta-feira (7) em Hamburgo, na Alemanha para participar da reunião dias 7 e 8 da cúpula do G20, grupo que reúne as 20 maiores potências mundiais.
Diante da crise política no Brasil, Temer chegou a anunciar que não viajaria mais para a Alemanha, mas, na última hora, mudou de ideia após ouvir seus ministros, especialmente o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que destacou que sua ausência na reunião poderia ser interpretado pelos investidores internacionais como um sinal de fraqueza do governo federal.
 
Ao chegar no hotel nessa sexta-feira (7) onde ficou hospedado Temer conversou rapidamente com a imprensa e ao ser questionado sobre a situação do Brasil no G20 diante da crise política e econômica no país, o presidente afirmou surpreendendo os jornalistas, que não há crise econômica no Brasil.
"Não, pode levantar os dados e você verá que nós estamos crescendo empregos, estamos crescendo indústria, estamos crescendo agronegócio. Lá não existe crise econômica”, afirmou o Presidente.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem ainda 13,8 milhões de desempregados e que no trimestre março, abril e maio o desemprego ficou em 13,3% conforme a pesquisa PNAD. Contínua, mesmo com o Ministério do Trabalho tendo anunciado no mês passado que, em maio, a abertura de vagas formais de emprego superou as demissões em 34,2 mil postos, sendo o segundo mês seguido em que houve criação de postos de trabalho com carteira assinada no país. A Confederação Nacional da Indústria também afirma que a estimativa de crescimento industrial caiu de 1,3% para 0,5%.
A Sputnik Brasil entrevistou com exclusividade, o cientista Político e professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Juiz de Fora, Raul Magalhães. O especialista chamou de desastrada a declaração de Temer de que não há crise econômica no Brasil.
"[A declaração] poderia ter funcionado se ele tivesse dito que estamos recuperando em alguns níveis, como a queda da inflação, uma recuperação da atividade industrial… Mas a reação de que não existe crise econômica no quadro recessivo que está instalado pareceu uma reação destemperada", avalia o professor. 
Para Magalhães, a fala é uma estratégia do presidente em passar uma imagem mais enérgica diante dos problemas da gestão. Porém, o professor avalia que a fala produziu um debate ainda maior sobre a dissintonia do governo com o quadro que busca remediar. 
"O governo Temer colheu alguns resultados positivos na gestão da economia, mas daí a dizer que a superação do quadro está instalada não coincide com a opinião dos economistas. E para os 13 milhões de desempregados não adianta dizer que a coisa está melhorando, a percepção subjetiva não é de uma crise superada. A propaganda é inadequada e dificilmente convence investidores externos que são muito bem informados sobre o que acontece internamente no Brasil", afirma o especialista.
A Cúpula do G20, organizada neste ano na Alemanha, termina hoje (8).
Com informes da Agencia Sputinik, publicada em 08/07/2017 em Brasil 247.

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