Agência russa
critica trapalhada de Temer no G20

O
presidente Michel Temer desembarcou ontem, sexta-feira (7) em Hamburgo, na
Alemanha para participar da reunião dias 7 e 8 da cúpula do G20,
grupo que reúne as 20 maiores potências mundiais.
Diante
da crise política no Brasil, Temer chegou a anunciar que não viajaria mais para
a Alemanha, mas, na última hora, mudou de ideia após ouvir seus ministros,
especialmente o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que destacou que sua
ausência na reunião poderia ser interpretado pelos investidores
internacionais como um sinal de fraqueza do governo federal.
Ao
chegar no hotel nessa sexta-feira (7) onde ficou hospedado Temer conversou
rapidamente com a imprensa e ao ser questionado sobre a situação do Brasil no
G20 diante da crise política e econômica no país, o presidente afirmou
surpreendendo os jornalistas, que não há crise econômica no Brasil.
"Não,
pode levantar os dados e você verá que nós estamos crescendo empregos, estamos
crescendo indústria, estamos crescendo agronegócio. Lá não existe crise
econômica”, afirmou o Presidente.
Segundo dados
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem ainda
13,8 milhões de desempregados e que no trimestre março, abril e maio o
desemprego ficou em 13,3% conforme a pesquisa PNAD. Contínua, mesmo com o
Ministério do Trabalho tendo anunciado no mês passado que, em maio, a abertura
de vagas formais de emprego superou as demissões em 34,2 mil postos, sendo
o segundo mês seguido em que houve criação de postos de trabalho com carteira
assinada no país. A Confederação Nacional da Indústria também afirma que a
estimativa de crescimento industrial caiu de 1,3% para 0,5%.
A
Sputnik Brasil entrevistou com exclusividade, o cientista Político e professor
do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Juiz de Fora,
Raul Magalhães. O especialista chamou de desastrada a declaração de Temer de
que não há crise econômica no Brasil.
"[A
declaração] poderia ter funcionado se ele tivesse dito que estamos recuperando
em alguns níveis, como a queda da inflação, uma recuperação da atividade
industrial… Mas a reação de que não existe crise econômica no quadro recessivo
que está instalado pareceu uma reação destemperada", avalia o professor.
Para
Magalhães, a fala é uma estratégia do presidente em passar uma imagem mais
enérgica diante dos problemas da gestão. Porém, o professor avalia que a fala
produziu um debate ainda maior sobre a dissintonia do governo com o quadro que
busca remediar.
"O
governo Temer colheu alguns resultados positivos na gestão da economia, mas daí
a dizer que a superação do quadro está instalada não coincide com a opinião dos
economistas. E para os 13 milhões de desempregados não adianta dizer que a
coisa está melhorando, a percepção subjetiva não é de uma crise superada. A
propaganda é inadequada e dificilmente convence investidores externos que são
muito bem informados sobre o que acontece internamente no Brasil", afirma
o especialista.
A
Cúpula do G20, organizada neste ano na Alemanha, termina hoje (8).
Com informes da Agencia Sputinik, publicada em 08/07/2017 em Brasil 247.
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