Após rejeição
da Câmara, Fachin decidirá futuro da denúncia contra Temer
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson
Fachin disse hoje (ontem, 2) que vai decidir como ficará a tramitação das
acusações contra o presidente Michel Temer e o ex-deputado federal Rodrigo
Rocha Loures, uma vez que os deputados não autorizaram a Corte a analisar a
denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). A votação continua na Câmara
dos Deputados, mas já foi atingido o total de votos
necessários para que a denúncia seja rejeitada.
Uma das possibilidades é que a tramitação da
denúncia contra Temer fique suspensa até o fim do ano que vem, quando o
presidente deixará o mandato e pode voltar a ser investigado na primeira
instância da Justiça. No caso de Loures, que não tem foro privilegiado, a
decisão deve confirmar se o ex-parlamentar continuará sendo alvo de inquérito
no Supremo ou se as investigações seguirão para a primeira instância. Caberá à
PGR fazer os pedidos formais ao ministro.
"Assim que a Câmara tomar uma decisão, eu vou
ordenar o processo em seguida. Mas não vai demorar muito", disse o
ministro ao chegar para sessão do Supremo.
A autorização prévia da Câmara para processar o
presidente da República está prevista na Constituição. A regra está no
Artigo 86: “Admitida a acusação contra o presidente da República, por dois
terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o
Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado
Federal, nos crimes de responsabilidade”.
No mês passado, o procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, denunciou o presidente Michel Temer ao Supremo pelo crime de
corrupção passiva. A acusação está baseada nas investigações iniciadas a partir
do acordo de delação premiada da JBS. O áudio da conversa gravada pelo
empresário Joesley Batista, um dos donos da empresa, com o presidente, em
março, no Palácio do Jaburu, também é uma das provas usadas no processo.
O ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures
(PMDB-PR) também foi denunciado pelo procurador pelo mesmo crime. Loures foi
preso no dia 3 de junho por determinação do ministro Edson Fachin. Em abril,
Loures foi flagrado recebendo uma mala contendo R$ 500 mil, que teria sido
enviada pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS.
Durante a investigação, a defesa de Temer
questionou a legalidade das gravações e os benefícios concedidos ao empresário
Joesley Batista pela PGR na assinatura do acordo de delação premiada.
De Brasília, André Richter -
Repórter da Agência Brasil, 02/08/2017 20h45, atualizada: 03/08/2017
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