Mídia chapa-branca esconde fiasco do
emprego

A retomada da
economia e do emprego prometida pela dupla Michel Temer e Henrique Meirelles
ainda é uma miragem, mas não realidade cor-de-rosa da mídia chapa-branca, que
vem sendo mantida de pé de pela publicidade governamental.
Nas suas edições
desta quinta-feira, os jornais Globo e Estado de S. Paulo trataram de esconder
os números desastrosos do emprego, que foram divulgados ontem. Em novembro,
primeiro mês da reforma trabalhista, houve mais de 12 mil demissões – o que contribuiu
para a queda do ministro Ronaldo Nogueira, também fisgado em esquemas de
corrupção.
No entanto, o
Estado encontrou um "mas" para destacar os resultados das montadoras
e o Globo preferiu olhar para os dados do Rio, onde houve 3 mil contratações
após milhões de demissões.
Abaixo, reportagem da Reuters sobre o fiasco de Temer e Meirelles:
BRASÍLIA (Reuters)
- O Brasil perdeu 12.292 vagas formais de emprego em novembro, período em que
os efeitos da reforma trabalhista já estavam em vigor, quebrando uma série de
sete resultados positivos, segundo o Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged) divulgado nesta quarta-feira pelo Ministério do
Trabalho.
O dado frustrou
expectativa de abertura de 22 mil postos, de acordo com pesquisa Reuters junto
a analistas, mas foi melhor em relação ao mesmo período do ano passado, quando
foram encerradas 116.747 vagas.
Dos oito setores
pesquisados, sete registraram saldo negativo em novembro, com destaque para
indústria da transformação (-29.006 postos), construção civil (-22.826) e
agropecuária (-21.761).
Apenas o comércio
ficou no azul com a proximidade das festas de fim de ano, com a criação líquida
de 68.602 vagas, mas num movimento insuficiente para levar o resultado geral
para o campo positivo.
Em apresentação, o
ministério do Trabalho argumentou que a indústria já começa a demitir nesta
altura do ano num cenário em que “todas as encomendas já foram atendidas”. Em
relação à construção civil, disse que o setor é marcado por paralisação de
obras em função do período de chuvas.
Pela série histórica
do próprio Caged, que tem início em 2002, houve perdas líquidas de vagas em
novembro apenas em 2002 e 2008 --anos marcados pela eleição do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e crise financeira nos Estados Unidos, respectivamente-- e
em 2015 e 2016, quando o país viveu a pior recessão da sua história.
Segundo o
ministério, foram criadas 3.120 vagas de trabalho intermitente no mês passado,
na esteira da reforma trabalhista. Ao propô-la, o governo do presidente Michel
Temer defendeu que as flexibilizações legislativas ajudariam na retomada do
emprego.
No acumulado de
janeiro a novembro, foram abertas 299.635 vagas, na série com ajustes, contra
resultado negativo de 858.333 vagas no mesmo período do ano passado.
No trimestre até
outubro, a taxa de desemprego no Brasil caiu a 12,2 por cento, segundo dados
mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com
isso, atingiu o nível mais baixo desde o final de 2016, mas com o número de
desempregados ainda recuando devido à informalidade.
2018
Para o próximo ano,
o ministério do Trabalho estimou a criação de 1.781.930 vagas formais de
trabalho, considerando crescimento de 3 por cento do Produto Interno Bruto
(PIB), que representa a projeção oficial do governo para a atividade.
Com este avanço, o
estoque de empregos voltará ao patamar no primeiro trimestre de 2016,
acrescentou a pasta. Se a economia subir 3,5 por cento, serão criadas 2.002.945
vagas, acrescentou Nogueira.
De Basília, Brasil 247, em 28/12/?2017, às 11h45
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