quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Política

Corrupção de Marun, por uma "boa causa", é tolerada pelos moralistas
 
No dia em que apresentou seu famoso power point, o procurador Deltan Dallagnol afirmou que o Brasil tinha uma "governabilidade corrompida". Ou seja: para conseguir votos no Congresso, os presidentes eram obrigados a comprar apoio parlamentar distribuindo cargos em empresas estatais. 
Ontem, a governabilidade corrompida brasileira se mostrou ao mundo de forma putrefata. O articulador político de Michel Temer, ministro Carlos Marun, indicado por Eduardo Cunha para o cargo, confessou que usa um banco público, a Caixa Econômica Federal, para chantagear governadores. Na lógica de Marun, só recebe empréstimo da Caixa o governador que for capaz de arregimentar seus deputados para conseguir alguns votos para a reforma da Previdência.
Corrupção na veia.
No entanto, a corrupção de Marun é ignorada por colunistas da chamada grande imprensa e por procuradores da Lava Jato.
O motivo? Ela seria a "corrupção do bem". Marun chantageia governadores e usa um banco público de forma espúria porque seu objetivo seria nobre: meter a mão nas aposentadorias dos trabalhadores brasileiros. Afinal, a reforma da Previdência é a maior bandeira do golpe de 2016 – um golpe que só foi possível graças à manipulação promovida pela imprensa com auxílio dos vazamentos seletivos da Lava Jato.
A "governabilidade corrompida" dos 13 anos de governos populares ajudou a tirar 40 milhões de brasileiros da pobreza, mas isso não vem ao caso.
De Brasília, Brasil 247, em 27/12/2017, às 13h44

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