Corrupção de Marun, por
uma "boa causa", é tolerada pelos moralistas

No
dia em que apresentou seu famoso power point, o procurador Deltan Dallagnol
afirmou que o Brasil tinha uma "governabilidade corrompida". Ou seja:
para conseguir votos no Congresso, os presidentes eram obrigados a comprar
apoio parlamentar distribuindo cargos em empresas estatais.
Ontem,
a governabilidade corrompida brasileira se mostrou ao mundo de forma putrefata.
O articulador político de Michel Temer, ministro Carlos Marun, indicado por
Eduardo Cunha para o cargo, confessou que usa um banco público, a Caixa
Econômica Federal, para chantagear governadores. Na lógica de Marun, só recebe
empréstimo da Caixa o governador que for capaz de arregimentar seus deputados
para conseguir alguns votos para a reforma da Previdência.
Corrupção
na veia.
No
entanto, a corrupção de Marun é ignorada por colunistas da chamada grande
imprensa e por procuradores da Lava Jato.
O
motivo? Ela seria a "corrupção do bem". Marun chantageia governadores
e usa um banco público de forma espúria porque seu objetivo seria nobre: meter
a mão nas aposentadorias dos trabalhadores brasileiros. Afinal, a reforma da
Previdência é a maior bandeira do golpe de 2016 – um golpe que só foi possível
graças à manipulação promovida pela imprensa com auxílio dos vazamentos
seletivos da Lava Jato.
A
"governabilidade corrompida" dos 13 anos de governos populares ajudou
a tirar 40 milhões de brasileiros da pobreza, mas isso não vem ao caso.
De
Brasília, Brasil 247, em 27/12/2017, às 13h44
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