Campanha
Janeiro Roxo alerta sobre a hanseníase; portador da doença morre em MT
Haseníase é uma doença de pele que tem cura (Imagem: Reportagem/MT - Reprodução)
O governo e associações médicas fazem campanha
janeiro roxo com foco no combate à hanseníase. Em Mato Grosso, um menino de 11
anos, portador da doença, morreu no primeiro dia do ano, que marcou também o
início da campanha.
A criança foi internada no domingo (31) com
infecção generalizada e morreu na madrugada do dia 1º de janeiro, no Hospital
Regional de Sorriso, a 420 quilômetros de Cuiabá. Daniel Rodrigues Santiago era
portador de hanseníase multibacilar e estava em tratamento há três meses.
Segundo o Sistema de Informação de Agravos de
Notificação do Ministério da Saúde (Sinan), Mato Grosso registra as maiores
taxas de detecção de hanseníase do país. Em 2016, foram detectados 2.658 casos
novos, o que equivale a 80,4 registros para cada 100 mil habitantes. O índice
representa uma redução em relação a 2015, que teve taxa de detecção de novos
casos da doença de 93 para 100 mil habitantes, totalizando 3.037 registros.
A técnica do Programa Estadual de Controle de
Hanseníase de Mato Grosso Rejane Finotti relatou que a morte está sendo
investigada e os médicos trabalham com a hipótese de intolerância aos
medicamentos. "Não ocorre óbito por hanseníase. O que pode ocorrer é
intolerância medicamentosa. Logo no início do tratamento, [o paciente] é
orientado a procurar a unidade de saúde caso sinta algum sintoma
diferente", disse.
A morte do menino portador de hanseníase em Mato
Grosso reforça a importância do combate e prevenção à doença. Este mês,
diversas organizações da sociedade civil, ministério e secretarias de Saúde
promovem a campanha Janeiro Roxo. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira
de Hansenologia, Cláudio Salgado, nos últimos 10 anos o número de casos caiu no
país, mas a falta de tratamento dos casos existentes aumentou o número pessoas
com incapacidade física.
"Sabemos que a nossa rede de atenção básica
não está funcionando a contento, deveria funcionar melhor, as referências não
estão sendo capacitadas, estão sobrecarregadas. Temos feito diagnósticos
tardios. Temos mais pessoas chegando para fazer o tratamento, já que há
capacidade física instalada, o que significa que você vai ter mais problemas e
vai sobrecarregar ainda mais o sistema."
A hanseníase é uma doença crônica,
infectocontagiosa e transmitida de uma pessoa doente, que não esteja em
tratamento, para uma pessoa saudável suscetível. Embora tenha cura, a doença
pode causar incapacidades físicas se o diagnóstico for tardio ou se o tratamento não for feito
adequadamente. A orientação é que as pessoas procurem o serviço de saúde assim
que perceberem o aparecimento de manchas, de qualquer cor, em qualquer parte do
corpo, principalmente se ela apresentar diminuição de sensibilidade ao calor e
ao toque. Após iniciado o tratamento, o paciente para de transmitir a doença
quase imediatamente.
De Brasília, Juliana Cézar
Nunes - Repórter do Radiojornalismo da EBC, 04/01/2018 09h55
Nenhum comentário:
Postar um comentário