Perspectivas para 2018 desmentem discurso
do governo e mídia pró-Temer

Apesar de o governo e a mídia tradicional adotarem discurso otimista de
retomada do crescimento e melhora generalizada da economia e do emprego, as
expectativas para 2018 não prometem dias melhores para o trabalhador
brasileiro. O presidente Michel Temer e aliados defenderam desde a posse, em
2016, que a terceirização e a reforma trabalhista serias modernizadoras e
promoveriam mais ocupações.
Mas, aprovadas essas reformas, e após o fim de 2017, a previsão de
analistas aponta para efeito contrário: demissões em massa e extinção de
empregos formais. “Não houve uma dinamização do mercado de trabalho. Pelo
contrário, há exemplos de empresas que demitem trabalhadores formais para
recontratar ganhando menos ou de maneira informal. A promessa do governo dá
indícios de que não vai se cumprir, e vai ocorrer na verdade a deterioração das
relações do trabalho. Quem perde é o trabalhador”, avalia o professor de
Economia da Unicamp Guilherme Mello.
Segundo o último balanço do IBGE, o desemprego ficou em 12% no
trimestre encerrado em novembro de 2017. O índice se mantém acima de igual
período de 2016 (11,9%).
Para Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese, a Petrobras
tem hoje uma atuação “de empresa cada vez mais privada”. A estatal fixa os
preços livremente, considerando os resultados mais interessantes para os
acionistas do que para o consumidor brasileiro.
Lúcio destaca o impressionante aumento de gás de cozinha e gasolina como
itens que sacrificam ainda mais o trabalhador num cenário de perspectivas já
difíceis, já esses preços afetam diretamente a rotina das pessoas e da economia
como um todo. Nos últimos cinco meses, o reajuste do botijão chegou a 68% e a
tendência para 2018 não é das melhores.
O preço final dos combustíveis hoje vendidos na bomba do posto de
gasolina está “indexado” ao preço internacional. O Brasil sempre administrou
preços de combustíveis de acordo com as necessidades do país, mas,
agora, “o golpe atrelou aos preços internacionais”, como têm avaliado
lideranças dos petroleiros.
Para a população mais pobre, a política posta em prática pelo atual
governo e pela Petrobras, comandada por seu presidente, Pedro Parente, tem
consequências dramáticas. Setores mais carentes chegam hoje a trocar o gás por
lenha.
Mesmo com perspectivas pessimistas, baseadas na realidade, e informações
como essa, o governo continua fazendo o discurso de que a recessão acabou e que
2018 será de crescimento e geração de emprego.
De
Brasília, Rede Brasil Atual, publicado em Brasil 247, em 04/01/2017
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