CNI apresenta
agenda legislativa com 14 propostas estratégicas para 2018
A Confederação Nacional da Indústria apresentou
hoje (20) uma agenda com 14 propostas de leis em tramitação no Congresso
Nacional, cuja aprovação é considerada “urgente”. Essas propostas fazem parte
da Agenda Legislativa da Indústria 2018, documento que apresenta um total de
129 propostas classificadas como “estratégicas” pelo setor industrial.
Entre as propostas defendidas pelos empresários
estão as reformas tributária e previdenciária, a regulação do tratamento de
dados pessoais, incentivos à pesquisa científica e tecnológica, melhorias na
Lei Geral de Micro e Pequenas Empresas, e a regulamentação do lobby.
“Esse documento representa um exercício de
confiança no país”, resumiu o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade,
referindo-se à segurança jurídica que a aprovação dessas matérias representarão
para que as empresas invistam no país.
Segundo ele, “é necessário [ao Congresso Nacional]
insistir na agenda de reformas, em especial a da Previdência, peça
imprescindível parar a reversão da escalada da dívida pública”. Essa “pauta
mínima” apontada pela CNI inclui também a Lei Geral do Licenciamento Ambiental
que, de acordo com a entidade, “é um texto equilibrado e amadurecido ao longo
de 14 anos de debate”.
Também presente no evento, o presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse que está elaborando, com a ajuda do Banco Central e
da equipe econômica, uma agenda com 12 propostas que, juntas com a agenda
apresentada pela CNI, “vão ajudar o Congresso a cumprir seu papel de colocar o
Brasil no século 21”, no sentido de “melhorar a vida da sociedade, e não de
poucas pessoas”.
Em meio a elogios à reforma trabalhista, Maia fez
críticas à Justiça trabalhista pela “afronta” de algumas de suas autoridades em
se recusarem a aplicar as novas regras. “A legislação trabalhista de fato
prejudicava o trabalhador. Agora teremos problema com a Justiça do Trabalho que
se recusou a aplicar a nova lei. Temos de encarar essa afronta à democracia e
ao legislativo brasileiro”.
Segundo Maia, a Justiça do Trabalho custa “muito
caro” ao Brasil. “E será que ela atende à sociedade e aos trabalhadores
brasileiros? Do meu ponto de vista, não”, disse o presidente da Câmara.
Maia também manifestou contrariedade quanto à
medida provisória que antecipa a cobrança de Imposto de Renda de fundos
exclusivos de investimentos, considerada prioritária pelo governo. “Tenho me
oposto porque se cria regra para o empresário investir. Se no meio do processo
muda-se o processo, há insegurança fiscal. Você cria insegurança jurídica”.
Representando o Senado no evento da CNI, o
vice-presidente da Casa, deputado Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) disse que está
“disposto para colaborar dentro da pauta apresentada pela industria
brasileira”, acrescentando considerar necessário somar a essas pautas a questão
da segurança pública.
Ainda dentro das propostas da CNI, Andrade defendeu
a aprovação do projeto de lei que estabelece o marco legal para as agências
reguladoras, por conferir “caráter técnico à avaliação de impacto regulatório
feito por essas instituições”.
A Agenda Legislativa apresentada pela CNI consultou
1.250 sindicatos que congregam mais de 700 mil empresas, além de associações
setoriais.
De Brasília, Pedro Peduzzi -
Repórter da Agência Brasil, em 0/03/2018, às 14h55
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