PT vê
'manobra' de Cármen Lúcia e teme que STF negue habeas corpus a Lula
Após insistir para a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal),
ministra Carmen Lúcia, pautar um dos processos que pode livrar o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva da prisão, o PT vê poucas chances de vitória
nesta quinta-feira (22). O plenário do STF julga um habeas corpus
preventivo apresentado pela defesa do presidenciável.
A apreciação do habeas corpus foi marcada às vésperas do julgamento dos
recursos no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) que pode levar à
prisão de Lula. Na próxima segunda-feira (26), o tribunal julga os embargos de
declaração sobre a condenação em 2ª instância no caso do tríplex de Guarujá.
Se os recursos forem negados, o tribunal já pode encaminhar ao juiz
Sérgio Moro, responsável pela condenação em 1ª instância, os autos para que o
magistrado peça a prisão de Lula. O ex-presidente foi condenado a 12 anos e 1
mês de reclusão por corrupção e lavagem de dinheiro. Ele nega as acusações.
Na avaliação do PT, o STF deveria discutir uma revisão da prisão após
condenação em 2ª instância e não o habeas corpus. "Como advogado, o ideal
é que fosse julgada a ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade) e não um caso
concreto", afirmou ao HuffPost Brasil o deputado Wadih Damous (PT-RJ),
líder interino da bancada do PT na Câmara. Ele também criticou a politização do
processo.
Tudo hoje é politizado. Ele é um cidadão que está pedindo que seja
reconhecido um direito.
Nos bastidores, a avaliação entre aliados do petista é que até ministros
como Celso de Mello, contrário à prisão após condenação em 2ª instância, podem
negar o habeas corpus por se tratar de um caso específico.
A decisão de Cármen Lúcia foi vista internamente pelos petistas como uma
manobra para não beneficiar Lula. A presidente chegou a dizer neste mês que
“não se submete à pressão”.
Por Marcella
Fernandes, de HuffPost Brasil Notícias, em 22/03/2018, às 08h42 - Fotos: Divulgação
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