Lula para Nobel da paz já tem mais de
100 mil apoios

A campanha do arquiteto,
escultor e ativista dos direitos humanos argentino Adolfo Pérez Esquivel,
vencedor do prêmio Nobel da Paz em 1980, para a indicação do ex-presidente Lula
para o Prêmio Nobel da Paz alcançou na tarde desta segunda-feira, 9, o apoio de
mais de 100 mil pessoas.
O
abaixo-assinado lançado por Perez Esquivel na plataforma online Change.org tem
a meta de alcançar 150 mil assinaturas. "Convido vocês a participar
da campanha para que Lula receba o Prêmio Nobel da Paz por sua luta contra a
pobreza e a desigualdade. Compartilho a carta de indicação que apresentarei ao
Comitê Nobel Norueguês", Publicou Esquivel pelo Twitter.
Por
volta das 16 horas, a campanha acumulava 100.423 assinaturas.
Vítima de perseguição política e
judicial, e de um mandado de prisão ilegal, expedido por Sérgio Moro, que
atropelou o direito de Lula apresentar recursos contra sua condenação no TRF-4,
o ex-presidente entregou-se à Polícia Federal no sábado, 7, e encontra-se na
Superintendência da PF em Curitiba.
Leia,
abaixo, a carta que será enviada por Perez Esquivel ao comitê do prêmio
Nobel:
Para o comitê norueguês do Nobel
Presidente Berit Reiss-Andersen
Vice-Presidente Henrik Syse
Membros: Thorbjørn Jagland, Anne Enger e Asle Toje.
S / D
Receba as saudações fraternas da paz
e do bem.
Por meio desta carta, gostaria de
apresentar a esta Comissão a candidatura ao Prêmio Nobel da Paz de Luiz Inácio
"Lula" da Silva, ex-Presidente da República Federativa do Brasil
entre 2003 e 2010, que através de seu compromisso social, sindicato e político,
desenvolveu políticas públicas para superar a fome e a pobreza em seu país, uma
das desigualdades mais estruturais do mundo.
Como você bem sabe, a paz não é
apenas a ausência de guerra, ou a morte de uma ou muitas pessoas, a paz é
também dar esperança ao futuro do povo, especialmente dos setores mais
vulneráveis vítimas do " cultura de descarte "da qual fala o Papa
Francisco. La Paz é incluir e proteger aqueles que este sistema econômico
condena à morte e à violência múltipla. Segundo o último relatório da
Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) de 2017, a
fome afeta mais de 815 milhões de pessoas no mundo. É um flagelo e um crime
sofrido por povos submetidos à pobreza e marginalidade, que são roubados da
vida e esperam por gerações. Por esta razão, se um governo nacional torna-se um
exemplo mundial de combate à pobreza e à desigualdade, contra a violência
estrutural que nos aflige a humanidade, ele merece o reconhecimento por sua
contribuição para a paz na humanidade.
"Lula" Da Silva teve como
um de seus eixos fundamentais de compromisso do governo com os pobres a
implementação de políticas públicas para superar a fome e a pobreza. Em janeiro
de 2003, em seu discurso de posse do Presidente da República, ela disse:
"Vamos criar as condições que todas as pessoas em nosso país pode comer
decentemente três vezes por dia, todos os dias, sem doações de ninguém. O
Brasil não pode mais coexistir com tanta desigualdade. Precisamos superar a
fome, a pobreza e a exclusão social. Nossa guerra não é matar ninguém: é salvar
vidas ”. E, de fato, o programa "Fome Zero" e "Bolsa
Família" trouxe pobreza extrema para mais de 30 milhões de pessoas,
tornando o Brasil um reconhecido mundialmente por organizações internacionais,
como a FAO, o modelo de sucesso do Programa das Nações Unidas para
Desenvolvimento (PNUD) e do Banco Mundial.
- A percentagem de pessoas que vivem
com menos de US $ 3,10 por dia caiu de 11% em 2003 para cerca de 4% em 2012,
segundo dados do Banco Mundial.
- Houve uma redução na taxa de
desemprego próximo a 50%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística. E uma criação de 15 milhões de novos empregos segundo dados do
Ministério do Trabalho e Emprego.
- De acordo com o Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o coeficiente de Gini brasileiro foi 0,583
em 2003, e em 2014 foi 0,518, indicando que as políticas sociais que levaram o
Partido dos Trabalhadores (PT) deixou um Brasil menos desigualdade social, a
desigualdade média caiu 0,9% ao ano no período 2003-2016.
- A implementação de programas de
educação e saúde pública elevou o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do
Brasil desenvolvido pelo PNUD em 2010 chegou a US $ 10,607 dólares renda média
anual, a expectativa de vida de 72,9 anos a uma escolaridade de 7,2 anos de
estudo e uma expectativa de vida escolar de 13,8 anos.
O governo Lula foi uma construção
democrática e participativa, com meios não violentos que elevaram o padrão de
vida da população e deram esperança aos setores mais necessitados. O mundo
reconhece que houve um antes e um depois na história do Brasil desigual após as
duas presidências de Luiz Inácio da Silva. A contribuição de "Lula"
para a Paz está nos fatos concretos da vida do povo brasileiro e reforçada
pelos estudos de várias organizações internacionais.
Esses resultados dos programas do
governo do PT no Brasil para superar a pobreza e a fome não foram uma política
de Estado mantida por outros partidos do governo, mas uma política
governamental específica que o Brasil está gradualmente abandonando. Como
evidenciado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que anunciou
que em 2017 o Brasil tinha mais de 3 milhões de novas políticas pobres do atual
governo.
Por estas razões, com o mesmo
sentimento de esperança que foi ao ar Martin Luther King quando ele disse,
"se o mundo em que acabasse amanhã, eu gosto de ir para plantar minha
árvore de maçã" Muitos de nós acreditam que o Prêmio Nobel da Paz para
"Lula" Da Silva ajudará a fortalecer a esperança de poder continuar
construindo um novo amanhecer para dignificar a árvore da vida.
Adolfo Pérez Esquivel
Prêmio Nobel da Paz de 1980
Publicado em Brasil 247, 09/04/2018, às 16h47
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