Cármen Lúcia preparou o país para a
derrota da direita?

O tom foi solene e tomado por estranha emoção
contida. A presidente do Supremo Tribunal Federal parecia vestida para um
enterro. A fala de Cármen Lúcia ontem, na TV Justiça, traduziu o cansaço do STF
em tutelar poderes e pressões. O apelo pela "serenidade" não deixa
dúvida: a votação agendada para quarta-feira irá contrariar interesses. A quem
pedir serenidade senão àqueles que não a tem?
A frase proferida pela
presidente do STF foi: "serenidade para que as diferenças ideológicas não
sejam fonte de desordem social". Essa frase embute a ausência de poder do
executivo e apreensão pelas pressões que aquele tribunal vem recebendo via
recados indiretos da imprensa corporativa. Ontem, Lúcia talvez tenha preparado
a extrema direita para sua primeira derrota institucional pós golpe.
Conforme noticiado pelo 247,
Gilmar Mendes já antecipou que o julgamento do mérito do habeas corpus de Lula
na quarta-feira irá balizar o entendimento do Tribunal a respeito das prisões
em segunda instância, dando a entender - do alto de sua posição conhecida sobre
o tema - que a análise será técnica e se inclinará para a defesa da
constituição, qual seja: a garantia de liberdade até que se esgote o trânsito em
julgado.
Por Gustavo Conde, de Brasília, em 03/04/2018, às 09h45. Publicado em Brasil 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário