Marco Aurélio confirma que levará a
plenário na quarta pedido para revisar prisão após condenação em 2ª instância
O ministro Marco Aurélio Mello confirmou ao blog nesta segunda-feira (9)
que vai levar “em mesa” na próxima quarta, no Supremo Tribunal Federal, um
requerimento para que o plenário rediscuta a possibilidade de prisão após
condenação em segunda instância.
“Levar em mesa” significa que não há necessidade de que a presidente da
Corte, Cármen Lúcia, marque uma data prévia para discutir o tema.
O ministro Marco Aurélio explicou que levará um requerimento, e não uma
"questão de ordem" para que o colegiado analise o pedido de liminar
(decisão provisória) do partido PEN para que a Corte somente permita a prisão
após condenação no Superior Tribunal de Justiça (STJ), terceira instância do
Judiciário.
Segundo ele, depende apenas da presidente do STF a coordenação dos
trabalhos para submeter o tema à votação em plenário.
“Não é bem uma questão de ordem. Vou comunicar à Mesa o requerimento do
PEN que foi protocolado no dia 5 de abril. Aí a coordenadora dos trabalhos, que
é a ministra Carmen Lúcia, vai dar seguimento aos trabalhos. Eu preciso levar,
não posso enfrentar individualmente. Vou cumprir minha obrigação, submeter o
requerimento”, disse ao blog o ministro.
O blog perguntou ao ministro se a presidente da Corte pode passar a
liminar na frente dos dois habeas corpus que foram pautados para a próxima
quarta-feira - os pedidos de habeas corpus têm preferência na pauta.
Marco Aurélio respondeu: “Se ela julgar cabível, pode passar. Se julgar
inoportuno, não passa. Vamos esperar. Tempos estranhos”.
A reportagem também questionou o que exatamente o plenário do STF votará
na quarta, após ele apresentar o requerimento e também se o pedido é submetido
automaticamente ao plenário.
“A liminar é o requerimento. É a mesma coisa. Vamos analisar o pedido do
partido. Não é automático. Eu trago à Mesa, a presidente do STF fica ciente e
pode submeter de imediato ou no dia seguinte. Ela é a coordenadora dos
trabalhos. Vamos aguardar”, explicou Marco Aurélio.
Os advogados que pediram a liminar representam o Partido Ecológico
Nacional (PEN), autor de uma das duas ações declaratórias de
constitucionalidade (ADCs) que tramitam no Supremo e pedem ao tribunal
"para pacificar" a tese da presunção de inocência, pela qual ninguém
pode ser considerado culpado antes do trânsito em julgado da sentença
condenatória, ou seja, antes de esgotados todos os recursos em todas as
instâncias da Justiça.
O pedido de liminar foi dirigido ao ministro Marco Aurélio Mello,
relator das duas ações no STF – a outra é de autoria da Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB). Um dos autores do pedido de liminar, Antônio Carlos de Almeida
Castro, o Kakay, defende vários investigados na Operação Lava Jato.
Do Blog da
Andrea Sadi, G 1, em 10/04/2018
Nenhum comentário:
Postar um comentário